Os cineastas Carla Camurati e Bruno Barreto foram escolhidos para substituir a atriz Ingra Liberato e o diretor Guilherme Fiúza Zenha na comissão responsável por escolher o filme brasileiro que vai representar o país na disputa por uma indicação ao Oscar 2017 de filme estrangeiro. Os nomes dos dois novos integrantes foram publicados no Diário Oficial desta quinta-feira (1º).

Camurati é diretora de “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” (1995), filme considerado o marco da chamada “retomada” do cinema brasileiro. Barreto não só faz parte de uma das famílias mais ativas no cinema brasileiro, como também já teve um filme seu indicado ao Oscar: “O que É isso, Companheiro?”, que concorreu na categoria de filme estrangeiro na premiação de 1998.

Ingra e Fiúza decidiram deixar a comissão em meio à polêmica envolvendo o filme “Aquarius”, de Kléber Mendonça Filho, e a decisão foi encarada como protesto à participação do jornalista Marcos Petrucelli no colegiado. Petrucelli é acusado pela classe cinematográfica e pela equipe do filme de não possuir isenção para participar da decisão, já que vem divulgando em suas redes sociais mensagens contrárias a “Aquarius” desde a época de sua exibição no Festival de Cannes, onde a equipe protestou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, chegando a insinuar, sem provas, que a equipe do longa havia ido à França com dinheiro público, notícia que já foi desmentida pelo diretor Kléber Mendonça Filho.

Ingra afirmou em suas redes sociais que deixava a comissão em respeito à classe cinematográfica, mas Fiúza alegou apenas questões pessoais.

O anúncio do filme escolhido será feito no dia 12 de setembro. O eleito não tem indicação ao Oscar garantida e terá que competir com produções de dezenas de países por um lugar entre os finalistas.

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