Quatro anos pode parecer pouco e realmente é.
Porém, o hiato de Steven Spielberg com o cinema por esse tempo (o último filme dele foi o fraco “Indiana Jones e a Caveira de Cristal”, de 2008) parece uma eternidade, principalmente, em um meio que carece de grandes obras e artistas, alimentando uma expectativa de que algo realmente bom estar por vir.
Talvez, seja por isso que “Cavalo de Guerra” surja como um filme decepcionante.
Não que seja ruim, pelo contrário.
Porém, espera-se mais de um homem que tem no currículo clássicos do cinema como “E.T – O Extraterrestre”, “Jurassic Park” e “A Lista de Schindler”.
O filme conta a amizade entre Albert Narracott (Jeremy Irvine) e seu cavalo Joey. Após criar o eqüino e consegui-lo fazer ajudar a arar a terra de sua pobre família na fazenda onde mora, os dois são separados após o pai dele vender o animal para o exército inglês que está em direção à Primeira Guerra Mundial. A partir daí, vemos o cavalo passar por várias mãos ao longo do conflito, marcando de maneira especial a vida deles.
“Cavalo de Guerra” tem uma divisão muito clara em sua trama que situa bem o espectador no contexto da história: a primeira parte mostra um cenário colorido, tranqüilo e pacato do campo, mesmo que problemas existam na família do protagonista; já o segundo trecho é mais escuro, denso já que estamos em pleno campo de combate.
Isso é possível perceber, especialmente, pelo tom da fotografia adotada por Janusz Kaminski e pela trilha sonora do mestre John Williams.
Porém, o roteiro do filme não consegue transmitir espontaneidade nessa narrativa, tentando transformar todos os personagens que cruzam a história do cavalo em heróis ou bons moços.
Parece que a todo momento, no meio da guerra, aparece um santo que está sempre preocupado para salvar e cuidar Joey. É assim com o Capitão Nicholls (Tom Hiddleston), o qual parece se preocupar unicamente com o cavalo, com o personagem do avô e da neta e do soldado alemão que faz às vezes de veterinário.
Além disso, a direção de Spielberg se mostra equivocada no tom que adota no filme. Quando o filme pede um pouco mais de firmeza na condução da história, o diretor prefere abordar tudo da maneira mais leve possível, principalmente nas cenas de combate, que alivia a dureza da guerra para tornar tudo mais agradável e menos chocante para o espectador.
Claro que “Cavalo de Guerra” não exige a crueza da sequência inicial de “O Resgate do Soldado Ryan”, porém em “A Lista de Schindler”, por exemplo, Spielberg consegue ser um cineasta que mostra o horror com toques que chegam a ser poéticos, tamanha a sensibilidade na construção de cenas.
Aqui, ele, no máximo, consegue ser melodramático, com closes e trilhas grandiloqüentes, frases de efeito e personagens pouco convincentes.
Se “Cavalo de Guerra” fosse dirigido por Brett Ratner (“X-Men: O Confronto Final”) ou Edward Zwick (“O Último Samurai”) ou Joe Johnston (“Capitão América”) ou qualquer outro cidadão, seria, talvez, o filme da vida do sujeito.
Só que é de Steven Spielberg e isso já diz por si só.
Ps: Ainda há esperanças, pois no dia 20 de janeiro, chega aos cinemas “As Aventuras de Tintin”. Se Spielberg conseguir errar nesse, desisto!
Achei o filme incrivel
foda-se esse critico
Aposto q ele gosta e de bob esponja
Discordo da crítica, afinal não podemos esperar perfeição de coisas produzidas por seres humanos e na minha opinião o filme foi o melhor possível. Como Cleber disse ele não visava perfeição de técnicas e sim buscou trabalhar o sentimentalismo.
O filme é tão lindo que eu não consegui reparar nas falhas e mesmo pra quem reparou, não se pode agradar a todos. Inclusive pra quem gosta de animais é uma linda representação de como o amor deles é fiel e ultrapassa todas as barreiras. É um filme apaixonante, daria nota 10 =)
Prezado Caio,
É melodramático sim, mas se vc observar os filmes-família dos anos 40-50 verá que ele reproduz um tipo de produção que já nao existe mais na filmografia mundial, além disso, Cavalo de Guerra é baseado em um livro para crianças, eis porque nao se ve elocubrações ou papo-cabeça, é um filme feito mesmo para emocionar, para reunir a família, mesmo em um contexto de guerra!
Eu concordo com Vidal. O filme é para emocionar as pessoas, mexer com os sentimentos e poder ser assistido por uma criança. Eu li esse livro quando menor, e meus primos terminaram de ler agora com 8 anos, não acho que deveria ser um filme super complicado de se entender e cheio de cenas pesadas, se uma criança que leu o livro vai assistir a adaptação. Seria frustante para os leitores e acredito que vocês criticos ainda sim, colocariam os mesmos defeitos.
Existem filmes e filmes. Leia o livro primeiro, querido e pense nesse filme como um que emociona, assim como Marley e eu, ou Sempre ao seu lado, ou até mesmo, Lessie.
XOXO
Obrigado, Saul e Amis pelos comentários.
Acredito que há filmes que conseguem ser para toda a família e fogem do melodrama, optando pela maneira inteligente de nos emocionar e não apostando em frases de efeito ou closes e trilhas grandiloquentes.
Um bom exemplo são os filmes da Pixar e, em especial, “Toy Story 3″. Como não se emocionar com a cena em que os brinquedos estão para ser incinerados?
Ali não vemos discursos ou trilha exagerada ou closes nos quais os personagens fazem cara de sofredores.
Temos uma cena que basta bons ângulos e nossa ligação com os personagens para se entregar à emoção.
Além disso, tem o aspecto de ser um filme de Steven Spielberg. Poxa, ele é o cara que fez alguns dos filmes que marcaram a história do cinema!
Sabemos que ele pode muito mais do que se entregar a um melodrama tão comum visto em bons filmes como “A Procura da Felicidade”, “Marley e Eu”, “Sempre ao Seu Lado” e várias outras obras motivacionais que “inundam” as telas todos os anos.
Sobre essa questão do livro, é algo que já falei na crítica de “Crepúsculo”: filme é filme, livro é livro.
É verdade que há coisas que somente que quem leu o livro vai compreender e pegar, porém, o filme não é uma obra exclusiva para o leitor e sim para o público em geral. Por isso, faço essa distinção e acho que o filme deve se explicar por si só.
Duas das maiores adaptações que o cinema fez de obras litetárias, “O Poderoso Chefão” e “O Senhor dos Anéis”, você consegue entender tudo sem ler o livro.
Além disso, como expliquei no texto, não queria imagens fortes de violência ou crueldade. Porém, chega um momento em que os personagens de “Cavalo de Guerra” são tão preocupados com o animal e tão bonzinhos que soa inverossímil.
E sim, eu não li o livro “Cavalo de Guerra”.
Enfim, visitem sempre o blog.
Vou tentar escrever um post de cinema por semana.
PS: Saul, sobre a Bruna Surfistinha no post dos Melhores do Ano: creio que aquela seja a única cena em que o filme tem uma personalidade.
Na minha visão, é o momento em que a personagem encara o espectador e diz: sim, eu estou me prostituindo. Você vai me condenar? Quem você acha que é para julgar os meus atos? Você pensa que isso aqui é vida fácil?
Isso fica claro quando ela olha diretamente para a cÂmera e é exatamente aí que considero ser a grande cena do filme, pois vemos transformar o nosso olhar de que ali está uma prostituta (visão que a maioria das pessoas tem da profissão) e sim uma pessoa com seus problemas e emoções.
Bem, verdade, que o restante do filme não ajuda. Mas que a cena é boa, isso é.
Sei que tinha o corte do braço de James Franco em “127 Horas” ou a bela cena inicial de “O Discurso do Rei”, o tsunami de “Além da Vida”, a dança inicial de “Cisne Negro”…
Porém, me chamaram menos atenção que essa, além do que seria meio óbvio.
Abs
Cleber Oliveira
Os críticos de cinema costumam analisar filmes com ênfase no tecnicismo. Querem que tudo seja 100% perfeito. Enquadramento, iluminação, trilha sonora, fotografia, closes, panorâmicas. Deduzir que Steven Spilberg esqueceu como se grava cenas de ação é ingenuidade. O diretor deixa claro que sua preocupação não é essa em Cavalo de Guerra. A produção não se propõe a ser um filme técnico, em que as cenas de guerra representem bala varando corpos como folhas de papel e sangue jorrando na cara do expectador para tornar a guerra verossímel. Isto é, cruel em qualquer circunstância. Trata-se de uma história de amizade entre o homem e o animal e como animais especiais, como Joey, podem sim cativar as pessoas. O Caio é critérioso e exigente em suas análises, mas incorre no erro de considerar que, só por ser o Spilberg, o filme é infantil ou foi mal filmado. Cavalo de Guerra é um bom filme naquele que pretende ser: apenas um filme sobre um cavalo destemido. As questões técnicas são apenas um detalhe. Aliás, a sequência em que Joey se assusta com o tanque de guerra e corre para fugir da ameaça entre arames farpados é tão boa quanto os brinquedos de Toy Story a caminho do icinerador.
Sobre a lista dos melhores filmes de 2011, concordo em grau, gênero e número.
Cheguei ao blog após procurar críticas sobre o filme. Vi o filme no último sábado e sinceramente não concordo com a crítica do Caio. Não é porque o Pelé fez um gol que passou pelo time todo que ele necessariamente tenha que fazer o mesmo gol em todos os jogos. Concordo plenamente com o comentário do Cleber Oliveira, dentro da proposta do filme ele é um excelente filme. A cena dos irmãos fuzilados, a do cavalo entre os arames me emocionaram e a minha esposa também. Caro Caio, hoje em dia parece que emocionar pessoas é algo errado, acho justamente o contrário. Cavalo de guerra é um filme de bons moços, ótimo, pois o mundo está precisando disso. bons moços, frases inspiradoras e emoção. Um bom 2012 a todos.
Que bom que apareceu o sr. Cleber Oliveira para expressar uma grande verdade e uma grande realidade: as emoções faltantes no mundo atual e a necessidade, sim, de bons moços. O que vale são os bons sentimentos e isso o filme está carregado. Parabéns Spielberg e parabéns Cleber Oliveira, guardadas as proporções!!! Abraços a todos.
Sinceramente, discordo totalmente!
Este filme não podia ser nada mais nada menos do que fora, filme excelente! Este filme expressa tudo o que falta na sociedade hoje em dia, amizade verdadeira, amor sincero e determinação em vencer!!
Steven Spielberg, sensacional, excepcional, está de parabéns por mais um extraordinário trabalho!
O trabalho dos atores neste filme é geralmente PATÉTICO! Tudo MUITO piegas!
Como pode um diretor que fez “MUNIQUE” realizar esta coisa???
Eu achei o Filme um máximo não passa só uma historia de amor pelo um animal, mais vai além disso passa a força de vontade , a vontade de vencer, crendo que o impossível pode acontecer, e outra se o filme mexeu com o nosso emocional e por que realmente nos toco, e temos que admitir o filme otemo.