CENA DO ANO 

  1. Dança de Martin, de “Druk” – 3 VOTOS*
  2. O Choro do Protagonista, de “Meu Pai – 3 VOTOS 
  3. Duelo de Instrumentos, de “Ataque dos Cães”, Homem-Aranha salva MJ, de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, Hino Brasileiro, em “Marighella”, Revelação de Gabriel na delegacia, de “Maligno”, Mrs Collins conversa com Eloise, de “Noite Passada em Soho” – 1 VOTO 

BRUNO CURY E VANESSA MORAIS – O CHORO DO PROTAGONISTA, DE “MEU PAI” 

Anthony Hopkins chorando ao final de “Meu pai”: frágil, confuso, falando que quer a mãe. De partir o coração. Em uma atuação magistral, Hopkins entregou uma de suas melhores performances. Conseguiu transmitir, com uma sensibilidade incrível, o que se passa na mente de uma pessoa com Alzheimer e como ela enxerga o mundo e as pessoas a sua volta. 

CAIO PIMENTA – A DANÇA DE MARTIN, DE “DRUK” 

  1. Dança de Martin, de “Druk” 
  2. Thomas Anderson escuta os planos para a nova trilogia, de “Matrix Ressurrections 
  3. Choro do Protagonista, de “Meu Pai” 
  4. Alisson livre na pista de dança, de “O Refúgio” 
  5. Protagonista no Teste para Universidade, de “Coda” 
  6. Total Eclipse of The Heart, de “Deserto Particular 
  7. Ataque na Delegacia, de “Maligno” 
  8. Dueto Vanessa Hudgens e Andrew Garfield, de “Tick, Tick Boom 
  9. Duelo de Instrumentos, em “Ataque dos Cães” 
  10. O parto, de “Pieces of a Woman 

Kornél Mundruczó caprichou tanto no tenso plano-sequência do parto que esqueceu o restante de “Pieces of a Woman”; Campion ambienta os duelos entre os personagens de Dunst e Cumberbatch em um desafio sonoro. Eterna “High School Music”, Vanessa Hudgens deu a energia que faltava à estreia de Lin-Manuel Miranda na direção de cinema com uma performance cativante de “Therapy”; “Maligno” é superestimado, mas, a cena na delegacia vale o filme; Muritiba amplifica o aguardado encontro com um clássico dos anos 80; igual todo o filme, a cena de “Coda” é previsível e isso não significa que seja incapaz de ser tocante (igual todo o filme, diga-se); que atriz é Carrie Coon, senhoras e senhores, e “O Refúgio” só comprova isso. A cena final de “Meu Pai” não deu outra saída para a Academia a não ser premiar novamente Hopkins com um Oscar, enquanto Lana Wachowski desabafa e debocha dos executivos de Hollywood em “Ressurrections”. Por fim, o êxtase de Martin levantou o ânimo diante de um ano tão triste como 2021.   

CAMILA HENRIQUES – Duelo de instrumentos, de “Ataque dos Cães” 

Menções honrosas: Total eclipse of the heart (Deserto Particular); A protagonista canta para o pai (Coda); Stars are blind (Bela Vingança); Livin’ on a prayer (A filha perdida) 

Esse foi um ano com muitos musicais, e é até irônico que, nessa minha lista repleta de cenas com canções famosas, nenhuma seja de um filme desse subgênero. De certa forma, os momentos que citei têm um pouco ou muito de catarse, seja para o espectador, seja para personagens como a Leda de Olivia Colman, que parece finalmente se divertir – cortesia de Bon Jovi. Mas me ganhou mesmo foi o universo de tensões impressas no duelo de instrumentos protagonizado por Kirsten Dunst e Benedict Cumberbatch em “Ataque dos Cães”. 

DANILO AREOSA – DANÇA FINAL, DE “DRUK”

  1. Dança final de Martin, de “Druk – Mais Uma Rodada” 
  2. Fern e o grupo de nômades cantando “On the Road Again”, de “Nomadland 
  3. Primeiro encontro entre Daniel e seu amor ao som de Total Eclipse of the Heart”, de “Deserto Particular” 
  4. Cena do Jantar na Lanchonete, de “Deixe-o Partir”   
  5. O confronto entre banjo e piano, de “Ataque dos Cães”  
  6. O monólogo de Anthony Hopkins na cena final, de “Meu Pai” 
  7. Sequência de América, de “Amor, Sublime Amor” 
  8. Discurso explosivo de Leonardo DiCaprio na TV, de “Não Olhe para Cima 
  9. Ataque a delegacia, de “Maligno” 
  10. Peter Parker de Andrew Garfield salvando MJ, de “Homem Aranha: Sem Volta para Casa”  

Menções Honrosas: A Invasão a Escola, de Cabeça de Nêgo e A Sequência da Praia, deO Esquadrão Suicida 

No meu ranking de cenas favoritas de 2021, prevaleceram os momentos intimistas com toques musicais para sensibilizar. Adoro a cantoria singela de “On the Road Again” que versa sobre a partida em Nomadland, enquanto a dança de Martin ao final de Druk excita pela própria celebração do amor-próprio no palco da vida. Ao som de Total Eclipse of the Heart, o primeiro encontro entre dois amantes é uma bela ode à luta contra o embrutecimento emocional em Deserto Particular. É difícil não se emocionar com o monólogo final de Anthony Hopkins em Meu Pai que retrata o estado de perdição em que se encontra o homem debilitado. A violência de maneira silenciosa pode ser vista no duelo entre banjo e piano em Ataque dos Cães. A catarse emocional esteve presente no discurso desesperador do cientista de Leonardo DiCaprio em Não Olhe Para Cima, uma forte metáfora para estupidez humana deste século atual; na maneira deslumbrante em que Spielberg refilma “América” no remake do clássico Amor, Sublime Amor; e no momento em que o Homem-Aranha de Garfield salva MJ em Sem Volta para Casa. Para fechar, o cinema de horror teve o seu representante na sangrenta (e divertida) cena da delegacia em Maligno. 

IVANILDO PEREIRA – REVELAÇÃO DE GABRIEL, EM “MALIGNO” 

  1. A revelação de Gabriel, de “Maligno” 
  2. Bond e Paloma em Cuba, de “007: Sem Tempo para Morrer 
  3. O duelo, de “O Último Duelo 
  4. Chegada aos anos 1960, de “Noite Passada em Soho” 
  5. Dança, de “Druk: Mais Uma Rodada” 
  6. Luta no ônibus, de “Anônimo 
  7. A primeira equipe morre, de “O Esquadrão Suicida” 
  8. Abertura, de “Um Lugar Silencioso: Parte 2 
  9. Duelo banjo vs. piano, de “Ataque dos Cães” 
  10. Luta na Estátua da Liberdade, de “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” 

Menção honrosa: Semente de gergelim caindo em câmera lenta, Liga da Justiça de Zack Snyder 

Na minha lista de cenas, sempre gosto de escolher grandes momentos de emoção ou de invencionice técnica: os momentos de Homem-Aranha, O Esquadrão Suicida, Anônimo, 007 e Um Lugar Silencioso se encaixam aí. São momentos assim que nos fazem ir ao cinema, que aliam escapismo, magia e brilhantismo técnico. Também se encaixa aí a primeira chegada da protagonista Eloise à Londres dos anos 1960 em Soho e todo o jogo de espelhos presente na sequência. Escolhi também um simples e poderoso momento entre atores em Cães e dois clímaxs poderosos, os de Druk e Duelo, conclusões para se vibrar. E a minha favorita do ano foi uma que me fez soltar um palavrão em voz alta, algo que não acontecia há um tempo: uma cena de ousadia narrativa e pura porralouquice que o cinema não entrega mais com tanta frequência. Por isso, é a minha no. 1: você pode até dar risada dela, mas não a esquecerá. 

LAIZE MINELLI – GUERRILHEIROS CANTAM O HINO BRASILEIRO, DE “MARIGHELLA” 

Essa foi escolhida simplesmente pelo vínculo emocional e pela memória forte que ainda carrego ao lembrar do momento. Durante algum tempo vou lembrar como foi emocionante ouvir aquele hino e ir abrindo algumas portas internamente que haviam me desconectado das cores e do hino que representam nossa nação. 

LUCAS LOPES AFLITOS – O CHORO DO PROTAGONISTA, DE “MEU PAI” 

Certamente em 2021 houve cenas fantásticas. Um momento de ouro para a Sétima Arte. Que momento estamos vivendo, gente! E saindo do eixo Hollywood-Europa. Mas, ainda preso nesse eixo, a cena do ano não poderia ser outra que do gênio Anthony Hopkins, na sequência final de “Meu Pai”, para além do monólogo devastador de um homem que cai em si que está perdendo a sanidade, equilíbrio, memória, há suas expressões de dor. É uma dor do fundo do âmago, aquela que corrói, deixa o gosto ruim. O desespero estampado, a sensação de inutilidade do ser, de estar, do corpo. Do corpo idoso, já cansado e sem memória. Devastador. 

LUCAS PISTILLI – MS COLLINS RELEMBRA SUA VIDA, DE “NOITE PASSADA EM SOHO” 

 
Quando Ms Collins serve um chá para uma desamparada Ellie, não sabemos exatamente o que esperar. Conforme a cena se desenrola e a tensão se acumula, o que Edgar Wright e sua co-roteirista Krysty Wilson-Cairns conseguem é tirar o tapete debaixo do espectador. Ao contar os percalços de sua vida, a mensagem no fundo do filme – tome cuidado com a nostalgia! – vem para o primeiro plano e o horror é de tirar o fôlego. 

LUCAS VASCONCELOS – O CHORO DO PROTAGONISTA, DE “MEU PAI” 

Difícil escolher apenas uma cena de “Meu Pai” que não cause grande impacto. Mas, o discurso final de Anthony no asilo talvez seja o mais doloroso de se assistir. Nele, vemos que o esgotamento total do protagonista ao perceber que está perdendo a memória e a noção do mundo ao seu redor. A frase que o protagonista diz “Eu sinto que estou perdendo todas as minhas folhas”, ilustra muito bem isso – a árvore representando sua mente, e as folhas suas memórias. O desespero e aflição de não reconhecer e entender o que está acontecendo internamente o que acaba causando sua regressão mental e irreversível melhora. Uma cena bastante forte que, ironicamente, vai ficar guardada na memória de todos que assistirem “Meu Pai”. 

PÂMELA EURÍDICE – A CATARSE, DE “DRUK” 

  1. A catarse final, de “Druk” 
  2. O número de abertura, de “Em um bairro de Nova York 
  3. Cena do Rio, em “Ataque dos Cães” 
  4. O plot final, de “Maligno” 
  5. O abraço entre as duas irmãs, em “Imperdoável”  
  6. O acerto de contas de Annette com o pai, de “Annette 
  7. A conversa entre Fabietto e o diretor de cinema as margens do Tirreno, em “A mão de Deus 
  8. A dancinha de Careless Whipers, em “Coração Errante” 
  9. Não falamos do Bruno, de “Encanto 
  10. A música final, em “Coda” 

Certas cenas chamam atenção durante o ano, seja pela forma bem feita como foram conduzidas – é o caso da catarse de “Druk” e também do número de abertura de Em um Bairro De Nova York, ambos provam o talento de toda equipe do filme. De forma semelhante, há cenas que despertam fortes emoções. Campion é especialista em criar momentos em que o desejo aflora apenas pelas imagens e a interpretação do elenco, Leonardo Sbaraglia faz um pouco disso em sua alusão a Careless Whipers – nunca mais a ouvirei da mesma forma. Assim como Both Sides Now e “Não Falamos do Bruno”, essa por sua vez atesta o drama familiar e as tensões provocadas por amor e pressão, vide os dicotômicos encontros de Annette com o pai e das irmãs em Imperdoável. 

REBECA ALMEIDA – Homem-Aranha salva MJ  

Depois de ver a cena belíssima da Arlequina lutando em ‘Esquadrão Suicida’ pensei que tinha escolhido a cena do ano. Mas, como em vários outros aspectos, ‘No Way Home’ surpreendeu entregando a cena que eu julguei fan service demais para ser verdade, um dos vazamentos mais absurdos, mas acabou sendo verdade e é uma das cenas mais bem pensadas o melhor fan service do ano e claro tem Andrew Garfield servindo protagonismo. 

*vencedor por liderar mais nas listas completas.

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COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos críticos do Cine SET elege o seu ‘TOP 10’. Critério leva em conta filmes lançados nos cinemas, streaming ou televisão no Brasil entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2021.

Para cada lista, fizemos a pontuação:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!

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VEJA A LISTA DE MELHORES CENAS DE 2017 A 2020: