Dheik Praia encerra um ciclo importante em 2015: ela vai se formar no curso técnico de audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e prepara o curta-metragem “Pranto Lunar” como trabalho de conclusão de curso dela. Projeto já está em filmagem com gravações feitas na cidade de Manaus e em uma comunidade indígena no interior do estado com previsão de ser concluído no mês de fevereiro.

dheik praia cinema amazonenseCom previsão de lançamento para abril deste ano, “Pranto Lunar” traz, segundo Dheik Praia, uma abordagem inédita na carreira dela. “Esse é o meu primeiro filme em que trabalho com temáticas de povos tradicionais da região, os indígenas. Quando se fala em recriar ou recontar histórias vividas por essas pessoas, não podemos desconsiderar o recorte que elas gostariam que se fizesse”, afirma a realizadora. Ao lado de Dheik no projeto estão Liliane Maia, Marcos Tupinambá e Danna Dantas.

Outra produção prevista por Dheik Praia para 2015 será o documentário de curta-metragem “Casa Marcada Para Morrer”. “Meu objetivo no filme será acompanhar a possível retirada de algumas casas no Prosamim. Esse projeto faço em parceria com o Robert Coelho e teve início no ano passado. Vou adotar uma proposta de experimentação de narrativa, onde não tenho que cumprir o “be-a-bá” e deixa o processo criativo mais livre”, declara a diretora sem apontar ainda uma data certa para finalizar o filme.

Por fim, Dheik Praia ainda terá tempo para o lançamento da fanzine “Cinemá”. Projeto tem o intuito de reunir textos poéticos ligados a cinema de pessoas ligadas à cena cultural de Manaus. Lançamento da obra realizada ao lado do filósofo Adriano Furtado está marcada para fevereiro após o término das gravações de “Pranto Lunar”.

Processo de aprendizado

Com uma trajetória extensa no audiovisual amazonense tendo filmes como “Rota da Ilusão” e “Um Braço de Rio no Quintal” no currículo, Dheik Praia afirma que se adapta às distintas realidades propostas pelas narrativas dos projetos em que se envolve, o que provoca uma série de questionamentos e  aprendizados durante o processo de gravação.

“Na realidade as coisas acontecem naturalmente. Se as condições forem propícias para a produção e se tiver pessoas que topem o desafio, entramos em processo de construção. A cada novo trabalho, outras pessoas vão se envolvendo e, à medida que o tempo vai passando, vamos identificando com quem se pode contar, seja de modo independente ou financiado. Não sei se posso afirmar que é uma carreira, mas enquanto as portas forem se abrindo e os parceiros acreditarem, vamos produzindo, registrando, filmando, buscando uma linguagem, um modo de contar, criar, falar”, afirma a realizadora.