Jane Austen construiu um dos romances mais reais, plausíveis e icônicos de todos os tempos. Afinal de contas, quem não admira a história de amor de “Orgulho e Preconceito”? É de sua autoria também, no entanto, uma das protagonistas mais fúteis e egoístas da literatura. E, agora, a diretora Autumn de Wilde resolveu dar vida nos cinemas para uma nova versão de “Emma”.
O filme retrata a rotina de Emma Woodhouse (Anya Taylor-Joy), uma mulher de 21 anos que acredita que sua missão é juntar casais e levá-los ao matrimônio. Para isso, ela se intromete na vida das pessoas sem medir as consequências. O roteiro escrito por Eleanor Catton preocupa-se em cobrir todo o livro de Jane Austen, seguindo fielmente a obra da escritora inglesa. A questão é que essa escolha torna o filme enfadonho e, de certa forma, irritante.
A direção de arte e o design de produção nos conduzem ao interior da Inglaterra no Século XIX: o ambiente bucólico, a aristocracia regada a questionamentos superficiais, as mansões mais parecidas com museus e as belas paisagens – estas já comumente popularizadas pelas adaptações das obras de Austen. Esses elementos somados a constante trilha sonora denotam um tom de fábula à produção.
ADAPTAÇÃO FIEL ATÉ DEMAIS
Toda a projeção é exageradamente teatral , o que contribui para o tom irreal do que vê-se em tela. Emma é uma heroína fútil, arrogante e egoísta. Se transportássemos a personagem para o Século XX, ela poderia ser facilmente uma abelha rainha, seu comportamento até mesmo poderia suscitar adeptos. Provavelmente, no entanto, a personagem presente na adaptação de Wilde não conseguiria gerar tanta identificação e isso se deve a interpretação de Taylor-Joy. Elogiada por seu em “A Bruxa” e “Fragmentado”, aqui, sua atuação oscila entre o robótico e o exagerado. De certo, que todas as atuações no longa estão excessivas, porém a da protagonista e a de Josh O’Connor mostram-se mais afetadas.
Esse tom destoante nas interpretações acaba por não estabelecer afinidade com os personagens, já que todos eles soam detestáveis em diferentes níveis. Talvez o que menos desperte esse olhar seja Mr. Knightley (Johnny Flynn), mas isso deve por ele parecer mais deslocado do que os outros. O personagem deveria ser uma versão menos robusta, mas igualmente admirável de Darcy (“Orgulho e Preconceito”), Coronel Brandon (“Razão e Sensibilidade”) e Frederick Wentworth (“Persuasão”); entretanto suas expressões faciais deixam-no apenas amuado e bem distante da figura do homem mais velho romântico tão presente no universo de Austen. O fato de Taylor-Joy e Flynn terem pouca química, também contribui.
“Emma” é uma das primeiras incursões de Autumn de Wilde na direção de longas-metragens e talvez isso tenha contribuído para o tom exagerado da produção. Apesar disso, é sempre bom ver as impressões visuais que as pessoas têm sobre obras literárias. Só espero que, da próxima vez, a fidelidade não sobreponha a criatividade.
Mas que crítica cínica@ Chata deve ser você. Todas as críticas são maravilhosas sobre essa adaptação e a Anya è uma excelente atriz e fez a Emma exatamente como deveria. Quem gosta de livros, quer adaptações fiéis e esse filme foi ótimo
Concordo ! O filme é ótimo, leve, encantador e a fotografia é lindíssima!
Filme bom pra caralho.
Nunca comento em nenhum post, mas foi a única critica verdadeira que vi sobre esse filme, tds os outros eram falando maravilhas, mas a verdade é que os atores não tiveram nenhuma química! A pessoa nem torce pelo casal de tão enfadonho que é!
E olha que eu adoro os livros de jane austen! E sobre o filme orgulho e preconceito, toda vez que eu assisto, fico emocionada!
A única coisa que se salva no filme EMMa é a fotografia, paisagem etc
Eu amei o filme.
Excelente crítica!! Acertou em todos os pontos. Amo o livro mas quase não consigo assistir o filme todo
Consegui*
Adoro Jane Austen, li todos os livros, mas esse filme tive que parar de ver no meio. Horrível. Preferi a série um milhão de vezes.