Primeiro episódio nunca chega ser o mais empolgante: os roteiristas costumam rememorar fatos ligados ao fim da temporada anterior e preparar as bases para o que virá. Estreia do oitavo ano de “Game of Thrones”, “Winterfell” seguiu à risca este modelo com poucos pontos realmente dignos de nota e um momentinho cafona vergonhoso.

O foco do episódio ficou nos primeiros encontros e reencontros de personagens queridos. Exceto pela curiosidade, poucos destes momentos trouxeram algo realmente interessante. O melhor de todos foi, sem dúvida, entre Sansa e Tyrion: ali fica notável a evolução da personagem de Sophie Turner que deixou de ser a jovem donzela indefesa, algo salientado pelo próprio ex-marido, ao apontar de que tantos que cruzaram seu caminho morreram, mas, ela segue firme.

Além disso, a Stark ainda demonstra sagacidade em observar como se movem as peças do tabuleiro do jogo dos tronos, uma das qualidades tão admiráveis justamente no Lannister. Ressalta-se aqui a qualidade dos diálogos excelentes criados pelo roteirista Dave Hill, um dos pontos altos do episódio.

Falando nestes momentos fanfic, esperar dois anos para um novo episódio e ver o voo dos dragões com Daenerys e Jon é de matar. O que já não havia dado certo na sétima temporada atinge nível épico com uma sequência interminável em que nada vai a lugar algum. Constrangimento total. Pelo menos, o casal não entrou na cachoeira e protagonizou um momento “A Lagoa Azul”.

GOT FOCA NO QUE INTERESSA

Por outro lado, “Winterfell” deixa uma boa impressão ao mostrar que “Game of Thrones” não vai abandonar aquilo que tornou a série um sucesso: as intrigas e o jogo pelo poder. Apesar do perigo iminente dos White Walkers, fica claro que os atritos e interesses individuais entre as peças deste tabuleiro não serão facilmente contornados.

O histórico de traições sofridos pelo Norte e a família Stark aliados à insatisfação gerada pela falta de alimentos são mais do que suficientes para a tensão entre o Norte de Sansa e a tropa de Daenerys, o que tende a se amplificar com a descoberta de Jon Snow sobre sua origem e o direito natural ao trono. Fora que ainda há Cersei, sempre estrategista tramando as mortes dos irmãos, aliando-se à Companhia Dourada e com o interesse no maior número de baixas significativas da guerra por vir.

De modo geral, um episódio morno: sem brilho, sem uma cena marcante ou um fato inesperado que nos deixe ansioso para o próximo (não que precise, né). A oitava temporada de “Game of Thrones” podia ter começado melhor sem dúvida, mas, também não foi uma decepção total.