Quem é Lucy Harris? Um nome comum. Poderia ser de algum personagem de série ou filme, alguma subcelebridade milionária da internet ou uma anônima qualquer. Mas, não. A desconhecida Lucy Harris não foi nada disso. Foi uma pessoa maior, literalmente, bem maior que isso. Lucy Harris foi a maior jogadora do basquete nos Estados Unidos na década de 1970. Uma ídola. Mas quase ninguém sabe quem é essa potência.

Os feitos dessa ídola não foram poucos. Medalha de prata nas Olimpíadas, tricampeã nacional e a primeira mulher a ser convocada pela NBA, a liga de basquete. Essa convocação é histórica por muitas questões: mulher, negra, a melhor jogadora do momento e com a popularidade em alta. Tudo estava a favor dela.

Contado em primeira pessoa, em “The Queen of Basketball”, conhecemos uma divertida, precisa e simpática senhora que busca nas suas memórias e fatos reconstruir um legado esquecido. Apesar de pioneira, Lucy não conseguiu se profissionalizar no esporte e enveredou para o caminho mais óbvio e seguro: casamento e filhos. Mas não se engane ela não se arrependeu.

HISTÓRIA A SER CONTADA E RECONTADA

Intercalando entre ela e materiais de arquivo, o diretor Ben Proudfoot nos presenteia com essa potência de quase dois metros de altura. Uma história inspiradora, necessária e que precisa ser contada e recontada. Não somente por sua importância e pioneirismo, mas pela representatividade, especialmente, por ser a única negra em um time majoritariamente de mulheres brancas, ser convocada pela superliga então exclusiva de homens e que impera o machismo.

São vários fatores que fortificam Lucy Harris. E o apagamento sofrido ao longo dos anos, apesar dos louros de outrora, não devem mais ser tolerados. Pois não é difícil apagar e esquecer ídolos quando não é branco, não é mesmo?

Infelizmente essa divertida senhora que fez história e passou o resto da vida como uma desconhecida que tem o seu nome no Hall da Fama, morreu em janeiro. Mas seu legado existe e não pode mais passar despercebido.

“The Queen of Basketball” concorre ao Oscar de melhor documentário de curta-metragem e está disponível no YouTube.

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