A infância é a mais bela passagem da vida. É uma mistura de muitas descobertas e aprendizagens. Um turbilhão de emoções que a gente nem sabe o que é, mas sabe que sente. E brincar. Ah, brincar, essa é a única opção possível. As brincadeiras e os amiguinhos são o nosso mundo particular. Ainda que nada esteja em ordem, o lúdico nos auxilia a ver o mundo mais colorido, mais divertido, mais sensorial.

“Turma da Mônica: Lições” traz esse frescor infantil. Daniel Rezende já tinha sido muito feliz na primeira adaptação dos quadrinhos, “Turma da Mônica: Laços” (2019) e, aqui, só amadurece, se diverte e nos emociona também.

Roteirizado e adaptado por Mariana Zatz e Thiago Dottori, “Lições” pega o espectador pela emoção. Bom, estamos falando de uma produção infantil, logo, os artifícios usados podem soar batidos e previsíveis e o triunfo do filme  mora exatamente aí: usar do previsível sem ser artificial e forçar a barra; tudo aqui flui naturalmente.

Depois de mais um plano de Cebolinha (Kevin Vechiatto) dar errado causando um braço engessado em Mônica (Guilia Benite), eles e o restante da turminha do barulho, Cascão (Gabriel Moreira) e Magali (Laura Rauseo) – ÓTIMOS EM CENA – são afastados por seus pais. Neste afastamento que parecia inconcebível, residem também as lições que eles aprendem. Mônica tenta ser mais sociável já que não é a valentona no novo colégio. Cebolinha inicia seu tratamento na fonoaudióloga, Cascão aulas de natação e Magali em aulas de culinária para conter a sua impulsividade por comida.

A GRANDE LIÇÃO

Mas as lições não param por aí.

O amadurecimento advém das pequenas coisas e conquistas e eles são inseridos em uma nova visão de amizade e companheirismo para além desse quarteto imbatível e o eminente crescimento deles demanda esse olhar para novas experiências e perspectivas e estreitar laços para aqueles que, em um primeiro momento, poderia ser um rival.

É assustador pensar que “A Turma da Mônica” que acompanha gerações e mais gerações desde a década de 1950, somente agora, chega às telonas, embora tenha passeado por todas as vertentes possíveis do entretenimento. Mas chega em uma bora hora.

No mundo globalizado e que as crianças estão esquecendo, olha só, de serem crianças com toda sua espontaneidade, divertimento, traquinagens, brincadeiras e amizades que lhe deixem a lição de amorosidade e companheirismo, “Lições”, chega para relembrar da criança que existe em todos nós, especialmente nos baixinhos. De aproveitar o máximo. Brincar de ser criança deveria ser uma regra, não uma exceção.

MAIS CRÍTICAS NO CINE SET: