Pela primeira vez, o Cine Set terá um correspondente in loco para a cobertura do Olhar de Cinema que ocorre entre os dias 1 e 9 de junho, em Curitiba.

Gabriel Bravo de Lima irá de Manaus para a capital paranaense acompanhar o festival, produzindo críticas dos longas e curtas-metragens da mostra competitiva.

A cobertura contará também com produção de entrevistas, podcasts, Stories e Reels no Instagram explorando o dia a dia no festival.

É uma honra fazer a cobertura presencialmente do Olhar de Cinema e poder representar o Cine Set nessa empreitada. Espero fazer um trabalho bem completo, abordando os filmes e também a experiência de participar de um festival de cinema em outro Estado.

Gabriel Bravo de Lima

crítico de cinema

O FESTIVAL

O Olhar de Cinema existe desde 2012 e já exibiu mais de 900 filmes de todo o mundo, e esse ano terá a exibição de mais oito mostras além da competitiva e os filmes de abertura e encerramento. O evento busca celebrar o cinema independente a partir de filmes com estéticas inventivas e diversidade temática.

A curadoria dos longa-metragens foi feita por Carla Italiano, Eduardo Valente, Camila Macedo e Gabriel Borges. Já a curadoria dos curtas é assinada por Carol Almeida, Kariny Martins e Bruno Galindo.

Os filmes que integram a seleção deste ano fazem uma amostra da produção mundial realizada e lançada em meio a anos conturbados. São títulos que refletem a realidade específica nos anos da pandemia, que abordam conflitos ao redor do mundo (armados às vezes, mas também étnicos ou sociais) e trazem à reflexão questões como representatividade e visibilidade. Neles, muitas vezes se veem mesclados dramas individuais e familiares de cineastas e seus personagens com questões amplas de países e regiões onde suas narrativas se passam. Os filmes, então, se atravessam, unindo passado e presente, mas também projeções de possíveis futuros. 

Além das tradicionais mostras do festival, de volta, a mostra Olhar Retrospectivo destaca a obra da estadunidense Su Friedrich, importante nome do cinema de invenção e referência indispensável para o pensamento das autorias lésbicas na produção de imagens, no centro de uma constelação composta também por filmes de outras cineastas e videastas. Foram escolhidos sete filmes, de diferentes períodos de seu trabalho como diretora em diálogo com outras artistas que, em sua maioria, têm em seus trabalhos a busca pela invenção e reinvenção da linguagem.

Outra mostra que retorna ao festival é a Olhares Clássicos, com seis títulos que celebram a história do cinema, entre eles o fundamental “Nanook do Norte“, em seu centenário, e filmes menos conhecidos no Brasil realizados por cineastas como Sara Gómez, de Cuba, e Ousmane Sembène, do Senegal. Grandes nomes do cinema dos quais nos despedimos recentemente serão homenageados: Peter Bogdanovich, Arnaldo Jabor, Geraldo Sarno.

Um dos expoentes do chamado Novo Cinema Boliviano, Kiro Russo é o nome da Mostra Foco. Com dois longas e quatro curtas-metragens na filmografia, o cineasta tem apresentado um estilo atento à observação dos movimentos urbanos e rurais na Bolívia, mesclando a cosmologia indígena ao acelerado ritmo da urbanização no país. Já fora das mostras regulares, duas exibições especiais de filmes ganhadores nas últimas edições estão programadas no Museu Oscar Niemeyer, de “A Metamorfose dos Pássaros” e “Rolê – Histórias dos Rolezinhos“.

A mostra competitiva do festival é composta por filmes inéditos no Brasil, destacados por se arriscarem tanto em sua abordagem estética, quanto na sua temática contemporânea. Estou ansioso por descobrir novas obras.

Gabriel Bravo de Lima

crítico de cinema do Cine Set