Produtora comandada por Fernando Meirelles, a O2 Filmes não conta mais com o trabalho do uruguaio César Charlone desde março deste ano. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo na edição deste domingo (12) da Folha de São Paulo, o diretor de fotografia de “Cidade de Deus” disse que o engajamento dele pela reeleição de Dilma Rousseff e a posição política de Meirelles contra o PT e a favor de Marina Silva motivou a decisão.

Charlone explica que não houve briga, muito menos desavença. Segundo ele, a melhor definição para o ocorrido seria um “divórcio ideológico amigável”. O uruguaio revelou não ter gostado da atitude de Meirelles em postar mensagens na rede interna da O2 Filmes supostos boatos contra o ex-presidente Lula, o que, de acordo com ele, alimentaria o ódio contra o PT. Outro desacordo relação ao Bolsa Família: Charlone gostaria de fazer um documentário sobre os benefícios do programa social, enquanto Meirelles defendia uma visão de mostrar o projeto como eleitoreiro.

A saída da O2 Filmes, entretanto, não acabou com a amizade entre os dois, tanto que o cineasta brasileiro chegou a convidar o uruguaio para trabalhar na minissérie que roda em Brasília. Charlone, porém, recusou o projeto, pois, disse não estar interessado, neste momento, em voltar à fotografia. Neste ano, a dupla trabalhou junto em dos curtas do filme “Rio, Eu Te Amo”.