Adéle Exarchopoulos

Por mais que Léa Seydoux faça uma grande atuação, “Azul é a Cor Mais Quente” nada seria se não fosse o trabalho de Adéle. Estreante nos cinemas, a atriz francesa consegue transmitir bem como uma jovem perdida na monótona rotina entra de cabeça em um romance e acaba se descobrindo sexualmente. Além da já clássica cena de sexo, a conversa entre as protagonistas em um bar na parte final da obra coloca Exarchopoulos como uma joia do cinema francês.

Antonio Piazza e Fabio Grassadonia

Vencedores do Grande Prêmio da Crítica do Festival de Cannes deste ano, a dupla surpreendeu com “Salvo”. Filme de estreia de ambos no cinema, a obra italiana conta com planos-sequências em que o som ambiente e a fotografia escura alimentam toda a atmosfera de tensão da trama. Em meio a tantos suspenses fracos produzidos por Hollywood, Piazza e Grassadonia mostram fôlego para o gênero.

Barkhad Abdi

Tom Hanks deveria ser o centro das atenções em “Capitão Phillips”. Porém, mesmo a grande atuação do astro, não ofuscou o trabalho deste ator nascido na Somália. Na verdade, o contraste das diferenças sociais entre os dois personagens realça as características de ambos. Se o terrorista que invade um cargueiro americano na costa africana não surge como um monstro frio e insensível se deve pela atuação natural e humana de Abdi. Ele deve ser compensado com a indicação ao Oscar 2014 de melhor ator coadjuvante.

Bobby Cannavale

A estreia do ator nos cinemas aconteceu com “O Colecionador de Ossos” em 1999. De lá para cá, ele participou de uma série de filmes pequenos e nunca obteve destaque. Eis que surge Woody Allen e muda o jogo com “Blue Jasmine”. Apesar de Cate Blanchett roubar a cena com uma personagem memorável,  Cannavale chama atenção por remeter ao trabalho de Marlon Brando em “Uma Rua Chamada Pecado”. A força física e o desespero dele ao interpretar Chili apontam para um sujeito com potencial para crescer na carreira e sair do quase anonimato.

Chile

Quando se fala em cinema na América Latina, se pensa logo em Brasil, México e, principalmente, Argentina. Então, reveja seus conceitos e inclua o Chile nesta lista. Nossos hermanos emplacaram a primeira indicação da história do país ao Oscar com “No”, excelente obra política sobre a campanha que derrotou o ex-ditador Augusto Pinochet. Para completar, Paulina García venceu o prêmio de melhor atriz no Festival de Berlim por “Gloria”, obra cotada para disputar a estatueta dourada de filme estrangeiro em 2014.

Greta Gerwig

Assim como Adéle em “Azul é a Cor Mais Quente”, Greta se entrega de maneira intensa em “Frances Ha”. A forma positiva de encarar a vida mesmo com a necessidade de crescer da personagem está presente no olhar inquieto e cheio de expectativas da atriz ou do jeito destrambelhado para dançar ou agir. Essa simplicidade conquista o espectador, passando a tratar a protagonista como uma amiga semelhante a tantas outras do cotidiano.

Halder Gomes

O Ceará trouxe a melhor comédia do ano do cinema brasileiro com “Cine Holliúdy”. Responsável pelo sucesso inesperado, o diretor/ator Halder Gomes recupera o ingênuo humor popular consagrado por figuras como Mazzaropi e Trapalhões. Mesmo sem uma trama consistente e com falhas no roteiro, o longa empolga com seus personagens engraçados e consegue explorar os clichês do gênero sem soar tolo. Em período de Globo Filmes, é um verdadeiro achado da produção nacional.

Kleber Mendonça Filho

Mais que qualquer prêmio conquistado e uma possível futura indicação ao Oscar, “O Som ao Redor” possui como maior mérito ter antecipado o clima de insatisfação popular que culminou nas manifestações de rua em junho deste ano. Ilustrando a classe média acuada nas grades dos condomínios fechados, a expansão imobiliária devastadora para o diálogo entre as pessoas e a tensão social vinda de séculos de injustiça, o cineasta pernambucano trouxe um dos mais importantes estudos sociológicos do Brasil neste início de século.

Joseph Gordon-Lewitt

Conhecido pelas comédias românticas (“10 Coisas Que Eu Odeio em Você) e participação em bons blockbusters recentes (“Looper” e “A Origem”), Gordon-Lewitt mostrou ser capaz de ir além com “Como Perder Essa Mulher?”. Assinando a direção e o roteiro, ele ousa ao trazer um protagonista fútil e viciado em pornografia. Apesar de terminar com um tom moralista, o longa traz sinais de um artista inquieto e com potencial para crescer nos próximos filmes.

Quvanzhané Wallis

Quantas atrizes já experientes não conseguiram ter a atuação desta garota em “Indomável Sonhadora”? Com determinação, Wallis toma conta do filme e consegue moldar a força de uma jovem em meio a um ambiente hostil e problemas familiares. Vai precisar lutar para não ficar marcada pela obra, porém, talento suficiente possui para a tarefa.