Por que a Sexta-Feira 13 é considerada uma data de azar e maus agouros? Bem, se você pesquisar no Google, verá diferentes respostas para essa pergunta, o que indica que ninguém sabe ao certo como essa história começou. Mas uma coisa é certa: muita gente explora a superstição em torno desta data, inclusive o cinema, claro.

Um bom programa para fazer numa sexta-feira 13 é assistir a filmes de terror. Pode ser acompanhado de um grupo de amigos, ou sozinho e aterrorizado. Nós, do Cine Set, não queremos que você dê azar na hora de escolher algo para assistir, portanto aí vão algumas dicas de filmes presentes na grade do Netflix brasileiro que podem render diversão e suspense nesta noite. Preferimos nos concentrar em filmes novos que o público possa ainda não ter ouvido falar, mas foi incluído um cult dos anos 1970 e até o nosso amigo Jason Voorhees, aniversariante do dia, dá as caras – afinal, seria uma lista de filmes para a Sexta-Feira 13 digna se não o incluísse? Prepare a pipoca, dê o play em qualquer um dos filmes desta lista e divirta-se.


Late Phases (2014)

Dentro da “guerra dos monstros” cinematográficos, o lobisomem vem perdendo seu espaço de exposição em comparação aos zumbis e vampiros. Relegados a coadjuvantes ordinários em séries (Crepúsculo e Anjos da Noite), os licantropos têm oferecido muito pouco ao gênero de horror. Pode-se dizer que Late Phases (2014) é uma boa aposta para recuperar o prestígio da fera, ainda mais em uma noite solitária. É uma mistura interessantíssima de Gran Torino (2008) com A Hora do Lobisomem (1985) de Stephen King. Um veterano de guerra cego (Nick Damici) precisa enfrentar uma fera que está atacando moradores de um conjunto habitacional nos dias de Lua Cheia. Apesar da premissa simples, há tempos que os filmes de lobisomens não apresentavam um tratamento tão bom e enxuto. O diretor espanhol Adrián García Bogliano faz uma releitura interessante da licantropia que mexe com temas atuais como a terceira idade, os traumas da guerra do Vietnã e as deficiências visuais. Acerta por casar com eficiência o enredo trash com uma temática mais séria. Para assistir e uivar de felicidade nesta Sexta-Feira 13.


Triângulo do Medo (2009)

Da Austrália e da mente do cineasta Christopher Smith, vem este conto sobre um grupo de amigos que vai fazer um passeio de barco, encontra uma tempestade e depois um transatlântico à deriva. Eles o abordam, mas não há ninguém no barco… Ou será que há? A heroína, Jess (Melissa George), sente que já esteve ali antes. Contar mais que isso é estragar as surpresas do espectador neste criativo exercício que remete a O Iluminado (1980) e dá um pequeno nó na cabeça do espectador com sua história sobre personagens presos em labirintos, condenados a não mais sair.


Starry Eyes (2014)

Outro exemplar que pode ser encontrado no Netflix é este pequeno terror indie que trafega muito bem entre o sugerido e o explícito. Bebe diretamente da fonte do horror psicológico da década de 70 para falar sobre uma jovem ambiciosa (a bela e ótima Alex Esso) que sonha em virar atriz. O seu desejo vai bater de frente com um lado obscuro de Hollywood. Aos fãs deste tipo de cinema, Starry Eyes é um ótimo estudo sobre a obsessão humana que faz o filme se aproximar de May (2002) de Lucky Mckee e Cisne Negro (2010) de Darren Aronosfky. Destaque para a ótima construção da atmosfera psicológica e como os diretores intercalam estes momentos com sequências de violência explícita. Prepare o estômago para alguns momentos escatológicos e tome cuidado porque em uma noite de Sexta-feira 13, você poderá estar vendendo a alma ao Diabo sem saber.


Hush: A Morte Ouve (2016)

Uma boa Sexta-feira 13 não poderia faltar sem um assassino azucrinando jovens mulheres em um local isolado. Mas neste caso vamos deixar de lado, os batidos serial killers imortais como Jason, Freddy e Michael para valorizar um trabalho de suspense psicológico modesto. No caso,  estamos falando de Hush – A Morte Ouve, dirigido por Mike Flanangan (do bacana O Espelho) lançado com exclusividade no Netflix. Aqui uma escritora surda e muda se vê em uma enrascada quando um assassino resolve atacá-la em sua casa (localizada convenientemente) afastada da cidade. Flanangan impõe uma narrativa envolvente que transforma o filme em um jogo de gato e rato enervante e tenso que monstra que até enredos batidos podem oferecer algo de interessante ao cinema de horror. Os recursos narrativos e visuais relacionados a surdez da protagonista ajudam a incrementar ainda mais o suspense. No geral, Hush é um horror psicológico bem realizado e encenado, para você conferir antes que um monstro adentre no seu quarto nesta sexta-feira 13.


Pânico ao Anoitecer (1976)

Este é um pequeno cult presente na grade do Netflix que merece ser descoberto – ele aparece com seu título original, The Town that Dreaded Sundown. É inspirado pelos assassinatos ocorridos em Texarkana, no Texas, em 1946. O Assassino Fantasma, como ficou conhecido, fez várias vítimas e nunca foi descoberto. O filme tem alguns momentos com teor cômico que não se encaixam muito bem na narrativa. Mas pela maior parte da sua duração, o longa realmente dá medo e as cenas de ataque do assassino foram influência em vários outros filmes, até em Zodíaco (2007) de David Fincher. E a aparência do vilão inspirou o visual do Jason “com saco na cabeça” de Sexta-Feira 13: Parte 2 (1981). Também presente na grade está o remake do filme, de 2014.


Sexta-Feira 13 Parte 7: A Matança Continua (1988)

Esta é para quem possa simplesmente querer relaxar com o senhor Voorhees. O único filme dele presente no Netflix não é o melhor da sua franquia, mas pode despertar a nostalgia oitentista nos espectadores mais velhos. Não se incomode com o “número 7” no título: tem uma recapitulaçãozinha dos anteriores no inicio, e depois começa a história da heroína Tina (Lar Park Lincoln), uma jovem com poderes telecinéticos que vai passar um tempo no acampamento Crystal Lake e ressuscita Jason. Ele passa um tempo matando uns adolescentes, mas o duelo final entre o vilão e a Carrie, opa, Tina, rende alguns momentos de diversão caso o espectador não leve tudo a sério. Foi o primeiro filme do mais popular ator a fazer o papel de Jason, Kane Hodder, e tem uma das cenas de morte mais memoráveis da franquia, a do saco de dormir. Só essa cena vale pelo menos uma checada.