A cineasta Laura Poitras, vencedora do Oscar de Melhor Documentário por Citizenfour, sobre Edward Snowden, que revelou a existência de um grande programa de vigilância dos EUA, processou o governo americano, depois de ter sido alvo, durante anos, de longos interrogatórios nas fronteiras.

Poitras, também vencedora do Prêmio Pulitzer, pede ao Departamento de Justiça e aos órgãos responsáveis pela segurança das fronteiras que publiquem seis anos de relatórios indicando como, por cinquenta vezes, foi interrogada, revistada e teve de esperar por horas em controles nos aeroportos nos EUA e no exterior.

“Estou apresentando uma denúncia, porque o governo usa a fronteira americana para burlar a lei”, disse a cineasta da Electronic Frontier Foundation (EFF), que milita em favor da liberdade na internet e representa Poitras em seu processo iniciado na segunda-feira (13) em nome da lei FOIA sobre a liberdade de informação.

“Também o faço em apoio a todas as outras menos conhecidas que sofrem assédios nas fronteiras. Temos o direito de saber como o sistema funciona e por que nós somos seus alvos”, acrescentou.

Durante os interrogatórios em questão, a cineasta foi informada por agentes que tinha antecedentes criminais, o que ela nega, além de o seu nome constar em um banco de dados de suspeitos que ameaçam a segurança nacional, segundo o EFF.

da Agência France Press