A luta do cacique Tukano Justino Pena para manter as tradições e cultura indígena em Manaus a partir da criação do Centro Municipal de Educação Escolar Indígena ‘Bayaroá’ é o tema do novo documentário dirigido por Cleinaldo Marinho (“Dabacuri do Teatro Amazonense”). Com 30 minutos da duração, o curta terá lançamento nesta quinta-feira (15), às 15h, em sessão gratuita no Centro Cultural Povos da Amazônia.
Nascido em São Gabriel da Cachoeira, o cacique veio com a família para Manaus. Munido da determinação para preservar os saberes ancestrais de seu povo, formou uma associação cultural e buscou, junto à Secretaria Municipal de Educação, a criação de uma escola para os indígenas. Além do líder Tukano, o documentário também conversa com a professora indígena Rosiane Lana.
O projeto, contemplado pelo Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, via Lei Aldir Blanc, foi concebido e produzido pelas assessoras pedagógicas da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI) da Semed, Eneida Afonso e Fabiene Priscila.
“Recebi esse convite das duas produtoras, que me apresentaram o projeto de uma forma muito particular e leve, nesse contexto de não se perder as origens, e isso me deixou muito feliz em participar. Acredito que a preservação da cultura, das tradições e da língua materna são de extrema importância, não somente no contexto dos povos indígenas, mas em todo o contexto do ser humano, que é a sua valorização; valorização da tua origem, da tua história. A partir daí, você começa a buscar novos conhecimentos, mas sem perder a tua essência”, afirma o diretor.
Para as idealizadoras e pesquisadoras, produzir ‘Bayaroá’ foi gratificante. “Trata-se de um registro etnográfico da história de vida do cacique Justino Pena e a sua luta pela manutenção de sua língua e cultura. A Educação indígena como relato principal do roteiro é uma pauta super atual dos povos indígenas em todo o Brasil. Colocar essa discussão para reflexão da sociedade nos deixou muito feliz”, completou a produtora executiva Fabiene Priscila.
As locações para a gravação do vídeo documentário foram a sede da Associação Cultural da Comunidade Bayaroá, localizada no Km 04 da BR-174, zona rural de Manaus. O filme traz entrevistas no formato bilíngue (Tukano e Português) e também uma mostra dos rituais com cantos e danças Tukano.
“A gente tem uma história dos nossos antepassados. Eu quero buscar esse conhecimento que está resistindo até aqui com os meus filhos, com outros familiares. A gente abre o espaço tão maravilhoso que a gente tem, preservando a língua materna, trazendo as comidas tradicionais. Bayaroá é modo geral. Bayá é uma pessoa responsável de cada canto dos povos indígenas. Ela abrange como se fosse um pai, que orienta as pessoas. Que traga seu conhecimento, que repasse seus conhecimentos, suas medicinas, culturais, espirituais, de cura. Bayaroá nasce com esse conhecimento”, conclui Justino Pena, no filme.
com informações de assessoria