A ANCINE publicou na última semana, no OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, um estudo inédito que faz um recorte por gênero nos dados de programação de obras brasileiras veiculadas na TV Paga em 2017. As informações, dispostas em forma de infográfico, mostram um cenário de desigualdade similar ao apresentado no segmento de salas de exibição, revelado pelo estudo Diversidade de Gênero e Raça nos Lançamentos Brasileiros de 2016 da ANCINE: uma enorme desproporção entre a quantidade de obras dirigidas por homens em relação ao número de produções com direção feminina.

As mulheres, a despeito de serem 53% do total de graduados em cursos de audiovisual e possuírem 52% dos empregos formais em empresas produtoras, assinam apenas 15% da direção das obras brasileiras veiculadas na TV Paga no ano passado. 79% destas obras foram dirigidas por homens, e 6% tiveram direção mista. Em 28 canais de programação qualificada não foi constatada a exibição de uma obra sequer com direção exclusivamente feminina.

O estudo mostra ainda que a participação feminina é um pouco maior na direção de obras de caráter documental. Ainda assim, a distância é muito grande em relação aos homens: 19% dos documentários foram dirigidos por mulheres ante a 73% de documentários com direção comandada por homens. Em obras de animação, o cenário é ainda mais desigual, registrando apenas 9% de obras com direção feminina.

do site da Ancine