Em entrevista à rádio Jovem Pan, o ex-ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, explicou os motivos para o pedido de demissão ocorrido na última sexta-feira (16). A falta de verbas para a pasta e a indicação da ex-gerente do BNDES, Fernanda Farah, para a diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine) foram as razões alegadas para a saída. As informações são do site UOL.

Para Andrade, o governo passou por cima da escolha do Ministério da Cultura e da classe artística para ter Débora Ivanov como a substituta de Manoel Rangel no comando da Ancine. A indicação de Fernanda Farah por Michel Temer foi divulgada na edição do Diário Oficial da União (DOU) na última quarta-feira (14).

“A Debora Ivanov era a indicação de todas as entidades do cinema e também do Ministério da Cultura. O governo resolveu que vai nomear outra pessoa. E, ao mesmo tempo, já enviou pro Senado a indicação de uma outra pessoa para diretora, porque teria mais uma vaga na Ancine. Então, completamente atropelou a iniciativa do Ministério, não levou em conta as indicações do Ministério. Então, com o Ministério sem orçamento e desautorizado, eu pergunto: o que eu tô fazendo aqui? Essa foi a gota d’água”, declarou o ministro interino.

João Batista de Andrade ainda afirmou que o corte de 43% na verba do Ministério da Cultura inviabilizava a realização de qualquer projeto. Desde o início da gestão Temer, o MinC passa por complicações: chegou a ser anexado ao Ministério da Educação, conseguindo a ser um órgão independente após protestos da classe artística. Marcelo Calero e Roberto Freire estiveram à frente da pasta antes do diretor de “O Homem que Virou Suco”.