Representante do Amazonas no Festival de Brasília 2016, “Antes o Tempo Não Acabava”, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, acabou sem prêmios no evento. “A Cidade Onde Envelheço” recebeu o maior número de candangos: cinco no total, incluindo Melhor Filme e Direção para Marília Rocha. A cerimônia de premiação aconteceu na noite desta terça-feira (27) no Cine Brasília.

“A Cidade Onde Envelheço” traz a história de Teresa (Elizabete Francisca Santos), uma jovem portuguesa que decide deixar o país para morar no Brasil. Ela vai direto para a casa de Francisca (Francisca Manuel), uma amiga também portuguesa que, há quase um ano, mora em Belo Horizonte. Por mais que tenha aceitado abrigá-la, Francisca está temerosa sobre como será o convívio entre elas, já que aprecia a solidão e a independência que dispõe. Entretanto, logo o jeito descontraído e espevitado de Teresa a contagia, nascendo uma forte ligação entre elas.

Outro sucesso do Festival de Brasília foi “Martírio”. A produção dirigida por Vincent Carelli recebeu três prêmios e comoveu o evento ao trazer o genocídio enfrentado pela tribo Guarani Kaiowá, uma das maiores populações indígenas do Brasil. O filme foi ovacionado durante exibição no Cine Brasília.

“Antes o Tempo Não Acabava” foi lançado mundialmente dentro da Mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, arrancando elogios da imprensa especializada. No último sábado, o longa venceu as categorias de Melhor Filme e Melhor Ator com Anderson Tikuna no Queer Lisboa, em Portugal. A produção ainda está selecionada para a Mostra Competitiva do Festival de Vitória previsto para acontecer entre os dias 14 e 19 de novembro. Com “Antes o Tempo Não Acabava”, Sérgio Andrade retornou ao Festival de Brasília. Em 2010, o curta-metragem “Cachoeira” recebeu dois prêmios no evento: melhor fotografia, de Yuri César, e melhor trilha sonora, com Puriki e índios do alto Rio Negro.

Festival de Brasília

A mostra competitiva oferece neste ano R$ 340 mil em prêmios – mesmo valor do ano passado. A maior premiação ocorre para produções de longa-metragem. Ao todo, são R$ 210 mil para 12 categorias, incluindo diretor, atriz, ator, roteiro, fotografia e trilha sonora. O melhor filme vai levar R$ 100 mil.

Produções de curta ou média-metragem concorrem a R$ 80 mil em prêmios, sendo R$ 30 mil para melhor filme. O “Prêmio do Júri Popular”, realizado por votação do público, oferece R$ 40 mil ao melhor longa e R$ 10 mil ao melhor curta ou média-metragem.

O Troféu Câmara Legislativa oferece R$ 200 mil em prêmios, sendo R$ 170 mil pelo júri especial e R$ 30 mil pelo júri popular. A escolha dos especialistas premia o melhor longa com R$ 80 mil, o melhor curta com R$ 30 mil e a melhor direção com R$ 12 mil – nesta última categoria o valor dobrou, em relação ao ano passado.

Na cerimônia de encerramento do Festival de Brasília deste ano, o crítico, pesquisador e ator Jean-Claude Bernardet foi homenageado com a primeira medalha “Paulo Emilio Salles Gomes”. Antes da premiação, “Baile Perfumado” teve sessão especial para comemorar os 20 anos de lançamento do marco do cinema pernambucano dirigido por Paulo Caldas e Lírio Ferreira.

Vencedores do Festival de Brasília 2016:

Longas-Metragens

Melhor Filme – “A Cidade Onde Envelheço”

Melhor Filme do Júri Popular – “Martírio”

Melhor Direção – Marília Rocha, por “A Cidade Onde Envelheço”

Melhor Ator – Rômulo Braga, por “Elon Não Acredita na Morte”

Melhor Atriz – Elisabete Francisca e Francisca Manuela, por “A Cidade Onde Envelheço”

Melhor Ator Coadjuvante – Wederson Neguinho, por “A Cidade Onde Envelheço”

Melhor Atriz Coadjuvante – Samya De Lavor, por “O Último Trago”

Melhor Roteiro: “Rifle”

Melhor Fotografia: “O Último Trago”

Melhor Direção de Arte: “Deserto”

Melhor Trilha Sonora: “Vinte Anos”

Melhor Som: “Rifle”

Melhor Montagem: “O Último Trago”

Prêmio Especial do Júri: “Martírio”, de Vincent Carelli

Curtas-Metragens

Melhor Filme pelo Júri Oficial – “Quando os Dias Eram Eternos”

Melhor Filme pelo Júri Popular – “Procura-se Irenice”

Melhor Diretor – Felipe Fernandes, de “O Delírio”

Melhor Ator – Renato Novaes, por “Constelações”

Melhor Atriz – Lira Ribas, de “Estado itinerante”

Melhor Roteiro – Felipe Fernandes, de “O Delírio”

Melhor Fotografia – “Solon”

Melhor Direção de Arte – “O Delírio”

Melhor Trilha Sonora – “Quando os Dias Eram Eternos”

Melhor Som – “Confidente”

Melhor Montagem – “Demônia – Melodrama em 3 atos”

Prêmio Especial do Júri: “Estado itinerante”, de Ana Carolina Soares