O Festival de Veneza marca definitivamente o início da temporada de premiações. O evento na Itália se tornou um foco dos estúdios de Hollywood para lançarem seus principais candidatos ao Oscar. Não à toa “A Forma da Água”, “Roma”, “Coringa” e “Nomadland” conquistaram o Leão de Ouro, o prêmio máximo do evento. 

A edição deste ano prevista para os dias 30 de agosto a 9 de setembro será diferente sem a presença dos grandes astros por conta da greve, mas, não faltarão filmes fortes. Agora, em duas partes, apresento todos os candidatos da mostra principal do Festival de Veneza. 

“O ASSASSINO”, DE DAVID FINCHER

Diferente de Cannes, a Netflix tem carta branca em Veneza. Logo, o serviço de streaming irá lançar uma das suas principais apostas da temporada. 

“O Assassino” é o novo filme do David Fincher. Protagonizado pelo Michael Fassbender e com a nossa Sophie Charlotte no elenco, a produção traz um assassino de aluguel perdendo o controle dos pensamentos após cometer um erro terrível, passando a desconfiar de tudo e todos.  

O Fincher tem prestígio de sobra, mas, “Mank”, apesar dos dois Oscars, passou longe de empolgar o público e a crítica.

“O Assassino” busca promover este reencontro e uma vitória em Veneza em um júri comandado pelo obcecado pela técnica como o Damien Chazelle é possível. 

“MEMORY”, DE MICHEL FRANCO

O cinema americano também chega com “Memory”.

Dirigido pelo mexicano Michel Franco, o filme conta no elenco com a Jessica Chastain e Peter Sarsgaard. Ela interpreta uma assistente social com uma vida bastante regrada. Certo dia, ele a segue até a casa e o encontro entre os dois irá impactar os destinos de ambos.

Um filme pequeno com dois grandes atores e um diretor/roteirista em ascensão.

É candidato a surpresa em Veneza. 

“OUT OF SEASON”, DE STEPHANE BRIZÉ

Da França, vem um dos diretores mais respeitados do país.

Conhecido por filmes como “O Valor de um Homem” e “A Vida de uma Mulher”, o Stéphane Brizé concorre com “Out of Season”.

A produção é um romance entre um homem que mora em Paris e uma moça em uma região litorânea.

O caso é breve, porém, tempos depois, eles se reencontram.  

“DOGMAN”, DE LUC BESSON

Diretor de sucessos do cinema de ação como “O Profissional”, “O Quinto Elemento” e “Lucy”, o Luc Besson é outro francês no páreo do Leão de Ouro.

Desta vez, ele leva “Dogman” ao Festival de Veneza. A história é polêmica ao acompanhar um homem que foi abusado quando criança por seu pai e encontrou consolo na amizade de cães.

Mais tarde, Douglas se veste com artigos femininos e explora ainda mais seu amor pelos caninos. 

Vale lembrar que o Luc Besson esteve envolvido recentemente em um caso de estupro, mas, acabou sendo absolvido.

Neste ano, aliás, ele não é o único problemático em Veneza: o festival também irá ser o palco das estreias dos novos longas do Roman Polanski e Woody Allen, atualmente, personas non-gratas no mundo do cinema por escândalos sexuais do passado. 

“HOLLY”, DE FIEN TROCH

Falando agora das cineastas mulheres, a Fien Troch retorna a Veneza após sair premiada em Melhor Direção com “Lar” na Mostra Horizontes, em 2016.

Em “Holly”, a diretora belga apresenta a história da personagem-título, uma adolescente de 15 que, certo dia, decide não ir para o colégio. Ela liga para avisar a ausência e, momentos depois, o colégio pega fogo.

A professora sobrevivente da tragédia desconfia que a menina previu o sinistro e a chama para fazer parte de um grupo de voluntários, trazendo uma paz inexplicável para todos. A partir daí, espalha-se a ideia de que ela tem dons especiais. 

“ORIGIN”, DE AVA DUVERNAY

Já a Ava DuVernay lança “Origin” na Itália.

Com Aunjanue Ellis, Jon Bernthal e Vera Farmiga, o longa aborda o sistema racial dos EUA sob a perspectiva de uma sociedade baseada em castas.

Acredite se quiser: esta é a primeira vez que um filme de uma diretora negra concorre ao prêmio máximo do Festival de Veneza.

“Finalmente L´Alba”, de SAVERIO COSTANZO

Saverio Costanzo é a prata da casa italiana na briga pelo Leão de Ouro.

“Finalmente L´Alba” se passa em uma única noite nos lendários estúdios da Cinecittà dos anos 1950. Lá, a jovem garota viverá momentos inesquecíveis que a transformarão em uma nova mulher.

A Lily James está entre as protagonistas ao lado do Willem Dafoe, Rachel Sennott e Alba Rohrwacher. 

“IO CAPITANO”, DE MATTEO GARRONE

Ainda na turma italiano, há o Matteo Garrone com “Io Capitano”.

A produção mostra a jornada épica de dois irmãos senegaleses cruzando o deserto e o mar rumo à Europa.  

“EL CONDE”, DE PABLO LARRAÍN

Sempre prestigiado em Veneza, o chileno Pablo Larraín lançar “El Conde”.

A comédia sarcástica retrata o general Augusto Pinochet como um vampiro com mais de 250 anos que decide, finalmente, morrer.

A produção é distribuída pela Netflix e pode surpreender na disputa pelo Leão de Ouro. 

“EVIL DOES NOT EXIST”, DE Ryusuke Hamaguchi

Depois de ser consagrado com “Drive My Car”, o Ryusuke Hamaguchi estará na Itália com “Evil Does Not Exist”.

A história mostra mãe e filha que vivem há anos em uma região tranquila seguindo os ciclos e a ordem da natureza.

A chegada de uma empresa com planos imobiliários para o local, entretanto, coloca em risco não apenas a cada delas, mas, também o abastecimento de água. 

“POBRES CRIATURAS”, DE YORGOS LANTHIMOS

Fechando a primeira parte da lista, temos “Pobres Criaturas”, a aguardada nova parceria entre o Yorgos Lanthimos com a Emma Stone após “A Favorita”.

Com referências a “Frankenstein”, a história se passa na Era Vitoriana e acompanha Bella Baxter, trazida de volta à vida após ter o cérebro substituído pelo do filho que ainda não nasceu.

O elenco ainda conta com o Willem Dafoe e o Mark Ruffalo. 

Seria o filme perfeito para bombar Veneza não fosse a greve dos atores. Chega com chances de vitória.