A primeira exibição da 23ª edição do Festival É Tudo Verdade ocorreu na noite de quarta-feira (11), no Auditório do Parque Ibirapuera, zona sul paulistana. Os convidados vão assistir Adoniran – Meu nome é João Rubinato. O longa-metragem dirigido por Pedro Serrano narra a vida e a obra de um dos mais importantes sambistas paulistas.

A narrativa é construída a partir do acervo pessoal do artista, imortalizado em sucessos como Trem das Onze e Saudosa Maloca, além de imagens raras de arquivo e depoimentos de amigos e parentes. O filme traça ainda um paralelo entre a cidade nas décadas de 1950 e 1960 e a São Paulo de hoje.

Programação no Rio e em São Paulo

Ao todo, serão 55 documentários entre curtas e longas, nacionais e internacionais. Entre os longas, o público vai poder ver 14 filmes nacionais inéditos. Na capital paulista, as sessões ocorrem em quatro locais: no Itau Cultural, no Sesc 24 de Maio, no Centro Cultural São Paulo e no Instituto Moreira Salles. No Rio de Janeiro a programação pode ser vista no Instituto Moreira Salles e na Estação Net Botafogo. O festival é todo gratuito.

A abertura da mostra na capital fluminense será hoje (12) com a exibição de Carvana, na cinemateca do Museu de Arte Moderna. Com direção de Lulu Corrêa, o longa retrata os 60 anos de carreira do ator e diretor Hugo Carvana. Estão reunidas entrevistas desde a década de 1970 até os últimos meses de vida em 2014. Além da trajetória como ator, que chegou a grandes sucessos na televisão, tem destaque também a contribuição de Carvana para o cinema, junto com nomes de destaque do cinema novo, como Glauber Rocha, Ruy Guerra e Julio Bressane.

Política nacional e internacional

Ainda entre as produções brasileiras, está Auto de Resistência, de Natasha Neri e Lula Carvalho. O documentário traça um panorama atual das mortes causadas pela ação da polícia no Rio de Janeiro, em especial os casos classificados como legítima defesa.

Outro fenômeno contemporâneo é explorado em Ex-Pajé. Aqui, o foco é a história de Perpera, um pajé respeitado do povo Paiter Suruí, que começa a se sentir rejeitado a partir da evangelização da comunidade onde vive.

Na mostra internacional, o longa argentino Amarra Seu Arado a Uma Estrela conta a história de outro filme, o documentário sobre os 30 anos da morte de Che Guevara rodado por Fernando Birri em 1997. Ao perceber a importância daquele momento, a diretora Carmen Guarini registrou os encontros com o mestre do cinema latino-americano, que morreu no ano passado, aos 92 anos.

A Batalha de Argel, um Filme Dentro da História também é uma produção que fala sobre outra. Nele, o argelino Malek Bensmaïl resgata a trajetória da obra dirigida pelo italiano Gillo Pontecorvo em 1965 recontando os eventos ocorridos dez anos antes, quando o povo da Argélia se insurgiu contra o domínio colonial francês. O filme italiano, grande título do cinema político, chegou a ser censurado em diversos países, inclusive no Brasil.

A programação completa da mostra pode ser está disponível na página do evento na internet.

da Agência Brasil