E eis que um novato, quase desconhecido do grande público até há pouco, ganha o prêmio de Melhor Ator de Drama no Globo de Ouro! Rami Malek,, cujo crédito mais ilustre era o trabalho na série “Mr. Robot” (que, aliás, vale muito a pena conhecer) deixou os cinéfilos ressabiados quando entrou na vaga que parecia destinada a Sacha Baron Cohen para viver o icônico cantor do Queen, Freddie Mercury, em “Bohemian Rhapsody”.

Mas Malek veio e se impôs, e a imensa eletricidade de seu trabalho como Mercury deixou estateladas não só as plateias, mas também os membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, que o escolheram sobre o até aqui favorito  Bradley Cooper (de “Nasce uma Estrela”).

Uma questão polêmica foi a decisão da AIE de indicar Malek como ator de drama, quando o Globo de Ouro tem também a categoria Comédia ou Musical – e, sendo “Bohemian Rhapsody” ostensivamente um musical, todo criado em cima das performances da banda, culminando na impressionante recriação do festival Live Aid no final, seria de se esperar que Malek estaria melhor representado naquela categoria.

Muito se questionou também, no enredo do filme, a tentativa de se atenuar a homossexualidade do cantor, ao enfatizar seu relacionamento com a esposa Mary Austin em detrimento dos companheiros posteriores. Pessoalmente, eu discordo – o relacionamento com Austin foi mesmo central na vida do líder do Queen, e o filme lhe faz justiça, sem tentar esconder que depois o cantor teria somente relacionamentos com homens.

Fato inquestionável é que Rami Malek está incrível, e é sua performance apaixonada, mais do que qualquer outra coisa, que faz de “Bohemian Rhapsody” um filme capaz de emocionar e ficar gravado na memória. Hora de botar “We Are the Champions” pra tocar!