Uma associação feminista convocou nesta quinta-feira um protesto durante a cerimônia do prêmio César – o Oscar do cinema francês -, que será realizada no final de fevereiro, em Paris, contra a escolha do cineasta Roman Polanski, acusado de estupro nos Estados Unidos, a presidir a premiação.

O cineasta franco-polonês, diretor de “Tess – uma lição de vida”, “O Pianista”, “O Bebê de Rosemary”, “Chinatown”, entre outros, é acusado pela Justiça americana de ter violentado uma menor em 1977.

“Independentemente da qualidade da filmografia de Polanski, não podemos nos calar para o fato de que há 40 anos ele foge da Justiça americana”, declarou Claire Serre Combe, porta-voz da associação Osez le feminisme, à agência France-Presse

A associação convocou um protesto para 24 de fevereiro, em frente à sala Pleyel, em Paris, onde será celebrada a 42ª edição do César.

A escolha de Polanski é um gesto “indigno frente às muitas vítimas de estupros e agressões sexuais”, avaliou a associação, criticando o que chamou de “tolerância social que ainda existe sobre o tema do estupro na França”.

Nesta quinta-feira, um dia depois do anúncio de sua nomeação, foram recolhidas cerca de 5 mil assinaturas para forçar sua destituição da presidência do César.

Polanski foi acusado na Califórnia, em 1977, quando tinha 43 anos, de ter violentado uma adolescente de 13. O cineasta confessou ser culpado de “relações sexuais ilegais” com uma menor e fugiu dos Estados Unidos antes do veredicto.

Hoje com 83 anos, ele vive na França com a esposa, a atriz francesa Emmanuelle Seigner. Ele nunca retornou aos Estados Unidos.

da Agência France Press