Frank Marshall, um dos produtores mais bem-sucedidos da história do cinema, afirmou em entrevista à Agência Efe que Harrison Ford “está pronto” para rodar um quinto Indiana Jones e que sente “orgulho” do ícone cultural em que se transformou a saga “De Volta para o Futuro”.

Recentemente, o diretor Steven Spielberg disse que “provavelmente” rodaria um quinto filme de “Indiana Jones” com Ford, mas Marshall esclareceu que essas declarações do cineasta são simplesmente “desejos” de que se torne realidade.

“Não há nada oficial. Queremos voltar a trabalhar todos juntos em ‘Indy’, mas Harrison tem primeiro ‘Star Wars’ e depois nos preocuparemos com esse personagem”, explicou Marshall, de 69 anos.

Perguntado se considera que Ford, de 73 anos, ainda tem capacidade física para interpretar o intrépido arqueólogo, o produtor afirmou taxativamente: “Com certeza, está pronto”.

Marshall é uma das poucas pessoas no mundo que já viu a nova parte de “Star Wars”, intitulada “O Despertar da Força”.

A razão é que Kathleen Kennedy, sua esposa, é produtora do filme.

“O filme é fantástico”, comentou Marshall, que acredita inclusive que o filme de J.J. Abrams poderia rivalizar com “Avatar” pelo trono de filme maior bilheteira da história, com US$ 2,788 bilhões: “Não gosto de prever, mas acredito que estará na briga”, disse.

O futuro, no entanto, é uma coisa que Marshall conhece bem.

Não em vão, foi produtor da franquia “De Volta para o Futuro” e inclusive dirigiu sua segunda parte, que estreou há 30 anos.

“As pessoas ainda amam ‘De Volta para o Futuro’ por razões adequadas: é um roteiro perfeito, divertido, inteligente e com situações brilhantes que cativam o espectador”, avaliou o produtor.

“Passaram-se 30 anos e as crianças continuam descobrindo-o. É um ícone cultural. Isso me faz sentir um grande orgulho”, confidenciou.

Marshall, que pôs seu selo em filmes como “Poltergeist, o Fenômeno”, “Gremlins”, “Os Goonies”, “O Sexto Sentido” e a saga de Jason Bourne, é sinônimo de sucesso.

De fato, o filme de maior arrecadação de 2015 é “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros”, produzido por ele.

Também é a terceira obra de maior arrecadação na história, com US$ 1,665 bilhão.

A bilheteria de “Jurassic World”, já à venda em DVD nos Estados Unidos, foi uma surpresa para o próprio Marshall.

“Nunca, nem em meus sonhos mais selvagens, imaginei algo assim”, reconheceu.

“Aconteceu uma ‘tempestade’ perfeita: estreamos no fim de semana adequado, sem rivais em cartaz, sem eventos esportivos de grande interesse, com um tempo perfeito e com um bom filme. As pessoas tinham fome de desfrutar de um filme de verão”, disse.

Nessa equação, explicou o produtor, foi decisivo o peso das famílias que levaram várias vezes seus filhos para ver o filme.

“Muitos pais lembraram como se sentiram ao ver o filme original em 1993 e quiseram que seus filhos tivessem uma experiência similar. Todos os elementos se alinharam no momento preciso”, declarou.

Para a seguinte parte da saga, que estreará em 2018, Marshall quer um cineasta “talentoso” e que seja “fã” da saga, como foi o caso de Colin Trevorrow, diretor de “Jurassic World”.

No entanto, as raízes de Marshall como produtor estão no cinema comprometido e independente, o qual nunca perde de vista.

“Eu me dedico ao negócio da narração, e hoje em dia, nesta indústria, isso é um desafio. Sempre vamos precisar de boas histórias”, disse o cinco vezes indicado ao Oscar, que confessa ter nas mãos um projeto muito pessoal que sonha dirigir.

É a história de Django Reinhardt, pai do jazz cigano.

“Espero poder rodá-lo nos próximos cinco anos”, finalizou.

da Agência EFE