Homenageado no Governors Awards, o diretor nova-iorquino Spike Lee (“Faça a Coisa Certa”) criticou a segregação racial existente no cinema americano. Durante discurso no evento promovido pela Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood, na noite de sábado (14), o cineasta disse que “é mais fácil um negro se tornar presidente dos Estados Unidos do que ser chefe em um grande estúdio ou canal de televisão”.

O discurso durou 15 minutos e, apesar do tom duro, Spike Lee adotou uma postura calma, segundo a Variety. Em um momento mais incisivo, o diretor afirmou que, ao visitar Hollywood, somente se vê brancos, exceto os porteiros, estes sempre negros. No final, o cineasta deixou um recado aos executivos presentes: “Vocês podem ser melhores que isso”.

A fala de Spike Lee acontece justo em um ano de constantes críticas para a Academia sobre a questão racial. Tudo devido à esnobada ao filme “Selma”, história sobre as caminhadas pacíficas lideradas por Martin Luther King, Jr, em 1965, exigindo condições dignas para os negros nos EUA.  A produção conseguiu apenas duas indicações (Melhor Filme e Canção, venceu a última), mas nem a diretora Ava DuVernay e o ator David Oyewolo foram nomeados.

Além de Spike Lee, o Governors Awards homenageou, neste ano, as atrizes Debbie Reynolds e Gena Rowlands.