O setor de audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas (SEC-AM) passou por um importante neste mês de junho. Após mais de uma década, Saleyna Borges deixou o cargo de assessora do setor e deu lugar para o produtor Marcos Tupinambá. Com isso, ele fica à frente da área que inclui a Amazonas Film Comission, o Núcleo de Fotografia e o Cineclube Cinema e Arte, além de vídeos sobre arte e educação.

Tupinambá assume a Assessoria do Audiovisual com um prazo curto para colocar ações em prática. Afinal de contas, resta um semestre para o fim da gestão de Amazonino Mendes. Para piorar, em julho, a lei eleitoral já proíbe a divulgação das atividades governamentais.

Nesta correria, o produtor de projetos como o longa “Amazônia” e a série “Pa´lante” pretende dar atenção ao importante edital de arranjos regionais e estaduais em uma parceria entre SEC-AM e Ancine. “Vamos nos esforçar para conseguir um bom aporte financeiro e, quem sabe, estar com um edital com valor que possa contemplar o máximo de produções possíveis tanto para profissionais e iniciantes. A ideia é convocar a classe para conversar melhor sobre como fazer melhor essa distribuição dentro do edital”, disse, acrescentando que o edital pode sair após o período eleitoral.

Diálogo entre os profissionais do Amazonas e de fora

Localizado no Centro Cultural Povos da Amazônia, a Amazonas Film Comission presta o serviço de apoio para produções audiovisuais locais, nacionais e estrangeiras. Segundo Tupinambá, a preservação do órgão mostra a força do setor, salientando o fato do Amazonas ser o 3º Estado com a maior quantidade de produções estrangeiras no Brasil. “São milhões de reais anualmente movimentados aqui e, por isso, é preciso investir mais no mercado local. Temos condições para isso; basta se planejar e trabalhar para que isso aconteça e mostrar como este é um setor importante e democrático”, afirma.


Marcos Tupinambá (à esq.) nas gravações de “Pa´lante”

Para tanto, Tupinambá acredita que a Film Comission pode ajudar em um maior contato com os profissionais amazonenses e de outros Estados que vem ao Amazonas seja através de workshops, oficinas ou vivências.

“A ideia é extrair um pouco mais deles para que deixem um pouco mais de seus conhecimentos. Uma demanda dos profissionais locais é para que haja a contratação de mais gente daqui. Isso, porém, é mais complicado, pois, os realizadores de fora também já contam com determinadas escolhas pessoais, mas, pretendemos crescer mais nisso. Agora, no “A Febre”, por exemplo, muitos profissionais foram do Amazonas”, disse.

Perguntado sobre a demanda da classe do audiovisual nos encontros com o secretário Denilson Novo sobre uma posição da SEC quanto ao curso técnico de audiovisual da UEA, que somente teve duas turmas e nada mais, Marcos Tupinambá declarou que o assunto ainda não foi conversado com o titular da SEC devido à urgência das demandas da Assessoria do Audiovisual. “Como egresso do curso, tenho um interesse particular pelo prosseguimento dele e acho que seria um grande desperdício não levá-lo adiante pelo investimento realizado, especialmente, na compra de equipamentos. O que eu puder fazer e estiver a meu alcance, vou fazer”, concluiu.