A polêmica em relação ao setor cultural no governo do presidente interino Michel Temer segue indefinida. Após definir pela fusão do Ministério da Cultura (MinC) com o Ministério da Educação na reforma administrativa, o peemedebista enfrentou resistência de artistas e de parte da sociedade civil pedindo a manutenção da pasta. Como solução, Temer resolveu criar um órgão à parte intitulado de Secretaria da Cultura.

Neste sábado (14), a apresentadora e atriz, Marília Gabriela, recusou o convite do governo Michel Temer para assumir a Secretaria. O convite foi feito pela senadora do PMDB e ex-ministra da Cultura de Dilma, Marta Suplicy. Após passar grande parte do dia pensando sobre se aceitaria ou não a missão, Marília preferiu declinar da proposta. As informações são do site Glamurama, ligado ao UOL.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, Michel Temer faz questão que a Secretaria de Cultura seja comandada por uma mulher. Com isso, o novo governo, além de buscar diminuir as críticas do setor artístico mesmo com a área atrelada à Educação, ainda iria amenizar a falta de representatividade feminina. Todos os 24 novos ministros são homens.

Importantes entidades do setor cultural do Brasil como, por exemplo, a Rede de Festivais de Teatro do Brasil e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura das Capitais e Regiões Metropolitanas já se posicionaram contrários ao fim do MinC. Abaixos-assinados contra a fusão do MinC com a Educação também ganharam força nos últimos dias.

Protesto na sexta-feira

Na última sexta-feira (13), o ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, foi vaiado em encontro com servidores da Cultura. Em um auditório lotado, servidores criticaram a fusão da pasta com a Educação. “Me explica, por favor, como acaba um ministério sem falar com servidor”, gritavam em coro. 

Mendonça Filho tentou acalmar os funcionários, garantindo a continuidade das políticas desenvolvidas pela pasta, mas, após cerca de 30 minutos de discurso, depois de ser interrompido várias vezes, parou de falar e disse que iria concluir.

O ministro informou aos servidores que todas as entidades vinculadas à pasta serão mantidas. Ele citou uma a uma. entre elas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Agência Nacional do Cinema (Ancine). Mendonça Filho disse ainda que assegurará, por meio da secretária de Cultura, que será criada no ministério a continuidade das políticas conduzidas pela pasta, como as estabelecidas na Lei Rouanet (Lei 8.313/1991).

“Cultura sim, golpe, não”, insistiam os servidores. Segundo a Agência Brasil, houve um grupo que gostou das propostas e chegou a aplaudir, mas logo foi silenciado pelas vaias. 

Histórico

Criado em 1985 durante o governo Sarney, o Ministério da Cultura já teve como ministros figuras como Celso Furtado, Sérgio Paulo Rouanet, Gilberto Gil, Ana de Hollanda e Marta Suplicy. Até o afastamento da presidente Dilma Rousseff, Juca Ferreira era o ministro da pasta.

com informações do Agência Brasil e UOL