Faleceu neste sábado, 5 de dezembro, a atriz brasileira Marília Pêra. Ela lutava contra um câncer há pelo menos um ano, e a doença havia atingido ossos e pulmões. Ela também se tratava de um desgaste na região lombar, de acordo com informação da GloboNews. Ela tinha 72 anos e destes, 55 foram dedicados à arte.

Marília nasceu no Rio, no bairro do Rio Comprido, em 1943. Era filha de atores e em 1965, começou a trabalhar na recém-inaugurada Rede Globo. Ela atuou nas primeiras novelas da emissora. Ao longo da carreira, a atriz teve papéis marcantes em novelas como “Beto Rockfeller”, “Brega e Chique”, “Lua Cheia de Amor”, “Cobras e Lagartos” e “Duas Caras”. Ainda na Globo, Marília também foi elogiada  por seu trabalho nas minisséries “O Primo Basílio”, “Incidente em Antares”, “Os Maias” e “JK”.

Já no cinema, Marília Pêra trabalhou em 27 filmes. Deles, destacam-se os sucessos “Dias Melhores Virão” (1990) e “Tieta do Agreste” (1996), ambos de Cacá Diegues, e os clássicos “Pixote, A Lei do Mais Fraco” (1980) de Hector Babenco e “Central do Brasil” (1998) de Walter Salles. Por “Pixote”, aliás, Marília Pêra venceu o prêmio de Melhor Atriz da associação de críticos de Nova York.

Mas foi o teatro a grande paixão da atriz. Ao todo, Marília participou de 56 espetáculos, entre comédias, dramas e musicais. Nos palcos, ela se destacava por suas interpretações de personalidades: viveu as cantoras Maria Callas e Dalva de Oliveira, a estilista Coco Chanel e a icônica Carmen Miranda. Em 1968 chegou a ser presa por ter participado da peça “Roda Viva”  de Chico Buarque. Acusada de comunista, foi obrigada a correr nua por um corredor polonês na época da ditadura militar.

O último trabalho de Marília Pêra foi o seriado “Pé na Cova” da Globo. Foi uma das grandes damas do teatro, TV e cinema brasileiros.