Faleceu neste sábado, dia 21, o cineasta Nelson Pereira dos Santos. Ele tinha 89 anos e estava internado no Hospital Samaritano no Rio de Janeiro, onde veio a morrer em decorrência de um câncer de fígado. Nelson foi um dos grandes nomes do movimento do Cinema Novo brasileiro, por ter dirigido filmes importantes como “Rio 40 Graus” (1955) e “Vidas Secas” (1963).

Nascido em São Paulo em 1928, Nelson Pereira dos Santos teve sua cinefilia despertada pelo pai, que o acompanhava nas idas ao cinema. Ainda na adolescência, começou a participar de cineclubes e de atividades de teatro amador. Após formar-se em Jornalismo, e enquanto cursava faculdade de Direito, Nelson visitou a Cinemateca Francesa, em Paris, em 1949. Ao voltar, realizou seu primeiro média-metragem, “Juventude” (1950), e começou a trabalhar em outras produções.

Seu primeiro longa, “Rio 40 Graus”, mostrava cinco histórias ambientadas na capital carioca e é considerado precursor do Cinema Novo, uma proposta influenciada pelo Neorealismo italiano, um filme gravado nas ruas e focado em mostrar as condições sociais do povo brasileiro. O Cinema Novo iria seguir na contra-mão da produção escapista dos estúdios brasileiros da época, como a Vera Cruz, e alcançaria seu auge na década de 1960.

Outro filme de grande destaque da carreira de Nelson, e já dentro do movimento que ajudou a estabelecer, foi o clássico “Vidas Secas”, baseado no livro de Graciliano Ramos. Ainda na carreira, podemos destacar obras como “Boca de Ouro” (1962), “Como Era Gostoso o Meu Francês” (1972), “Amuleto de Ogum” (1976), “Tenda dos Milagres” (1979) e “Memórias do Cárcere” (1985). Em anos mais recentes, dedicou-se mais aos documentários, como “Raízes do Brasil” (2004) e “A Música Segundo Tom Jobim” (2012).