Considerado o mais longevo cineasta em atividade no mundo, o português Manoel de Oliveira faleceu hoje, aos 106 anos, de causas naturais. Ao todo, o diretor realizou 33 longas-metragens e também curtas ao longo da sua extensa carreira.

Nascido na cidade do Porto em 1908, o jovem Manoel de Oliveira começou a frequentar os cinemas aos 20 anos e, em 1928, se matriculou na Escola de Actores de Cinema de Porto – antes do cinema, dedicava-se ao atletismo e ao automobilismo. Seu primeiro filme como diretor  foi “Douro, Fauna Fluvial”, um curta documentário lançado em 1931. Por muito tempo dedicou-se apenas ao documentário, e seu primeiro filme ficcional, no qual o teatro filmado tornou-se opção para o cineasta, foi “Acto da Primavera” (1963). Seu próximo trabalho ficcional só veio anos depois, com “O Passado e o Presente” (1972), e assim o diretor começou a se tornar mais conhecido mundialmente – isso quando já estava com uma idade na qual muitos cineastas pensam em se aposentar.

A partir de então Manoel de Oliveira não parou mais. Ao longo da sua carreira, dirigiu estrelas internacionais como Michel Piccoli, Marcello Mastroianni, John Malkovich e Catherine Deneuve, além do brasileiro Lima Duarte. Seus filmes mais conhecidos são de anos mais recentes, como “O Convento” (1995), “Viagem ao Princípio do Mundo” (1997), “Palavra e Utopia” (2000), “Um Filme Falado” (2003), “Belle Toujours” (2007) – uma espécie de sequência de “A Bela da Tarde” (1967) de Luis Buñuel – e “Singularidade de Uma Loira” (2009). Em 2007, dirigiu um dos segmentos da coletânea “Cada Um Com Seu Cinema”.

Ao longo dos anos Manoel de Oliveira ganhou prêmios importantes nos Festivais de Berlim, Cannes, Veneza e São Paulo. Em Veneza ele foi premiado com o Leão de Ouro pela carreira em 2004, além de uma Palma de Ouro de Cannes honorária em 2008. Seu último trabalho no cinema foi o curta “Chafariz das Virtudes”, realizado quando o diretor já estava com 105 anos.

Manoel de Oliveira (1908-2015)