Foi divulgado nesta quarta-feira o falecimento da atriz japonesa Setsuko Hara. Ela tinha 95 anos e faleceu vítima de pneumonia em 5 de setembro, mas só agora sua família divulgou a notícia. Ao longo dos seus 30 anos de carreira, ela tornou-se uma das atrizes mais queridas do Japão e ganhou o apelido “A Eterna Virgem”.

Nascida em 1920, a jovem Masae Aida tornou-se atriz e mudou seu nome para Setsuko Hara. Durante a carreira, trabalhou com os diretores Mikio Naruse e Akira Kurosawa, mas foi seu trabalho com o diretor Yasujiro Ozu que a transfomou em estrela. Ozu e Hara fizeram seis filmes juntos, muitos dos quais se situam entre os melhores da história do cinema japonês: “Pai e Filha” (1949), “Também Fomos Felizes” (1951), “Era Uma Vez em Tóquio” (1953), “Crepúsculo em Tóquio” (1957), “Dia de Outono” (1960) e “Fim de Verão” (1961).

Depois da morte de Ozu em 1963, Setsuko Hara abandonou a carreira aos 43 anos e se retirou à vida privada. Pouco antes de se afastar do público, chegou a afirmar que havia sido forçada à carreira de atriz para ajudar financeiramente a família.

Era a sua personagem em “Era Uma Vez em Tóquio” que respondia a pergunta “A vida não é decepcionante?” na famosa cena do clássico de Ozu. A resposta dela era “Sim, é”, acompanhada de um sorriso na direção da câmera, num dos mais belos momentos da história do cinema.