A trajetória bem-sucedida do filme amazonense “O Barco e o Rio” segue firme em 2021: a produção dirigida por Bernardo Ale Abinader entrou no TOP 10 dos melhores curtas-metragens de 2020 da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). A lista foi divulgada nesta semana pela entidade que reúne críticos das cinco regiões do país. A obra foi a única da Região Norte na lista.
Esta foi a segunda vez que a Abraccine premiou “O Barco e o Rio”: em dezembro, a entidade concedeu o prêmio do júri do Cine Ceará para o curta amazonense. No evento, o filme também recebeu o Troféu Samburá de Melhor Curta-Metragem, oferecido pela Fundação Demócrito Rocha e o Vida & Arte. Cinco Kikitos no Festival de Gramado 2020 – Melhor Filme do Júri Oficial e Popular, Direção, Direção de Fotografia e Direção de Arte -, quatro Trófeus Mapinguari no Cinemazônia –Melhor Produção Amazônica em Curta e Média-Metragem, Melhor Ficção, Direção e Atriz – completam a lista de conquistas do projeto.
Produzido pela Fita Crepe Filmes, o curta traz a história de duas irmãs antagônicas que herdam o barco da família. A mais velha e conservadora, Vera (Catão), vê no patrimônio a vida dela, passando os dias transportando mercadorias e passageiros. Já Josi (Carolinne Nunes) não gosta das restrições da irmã; possui cabeça aberta, mas vê a vida mudar devido a uma gravidez inesperada. A dinâmica da relação é o ponto de conflito do filme.
SARNO E SCIAMMA PREMIADOS
Dirigido pelo veterano Geraldo Sarno, Sertânia, foi o grande vencedor do Prêmio Abraccine de Melhor Longa-metragem Brasileiro. O filme conta a história de Antão em seu delírio de morte e é um retorno ao cangaço e ao sertão que marcaram o cinema brasileiro.
O francês Retrato De Uma Jovem Em Chamas, de Céline Sciamma, sobre o encontro de duas mulheres que descobrem a paixão, recebeu o Prêmio Abraccine de Melhor Longa-metragem Estrangeiro.
Pela primeira vez, aconteceu um empate triplo no Prêmio de Abraccine de Melhor Curta-metragem Brasileiro. Os três filmes são: Inabitável, de Enock Carvalho e Matheus Farias, que traz uma abordagem fantástica futurista da temática trans; A Morte Branca Do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro, resgate experimental sobre a origem e a permanência do racismo; e República, de Grace Passô, filme político produzido durante a pandemia.
VEJA AS LISTAS COMPLETAS
LONGA-METRAGEM BRASILEIRO
Vencedor: Sertânia, Geraldo Sarno
Completam o Top 10 em ordem alfabética
Aos Olhos de Ernesto, Ana Luísa Azevedo
Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, Bárbara Paz
Emicida: AmarElo – É Tudo Pra Ontem, Fred Ouro Preto
A Febre, Maya Da-Rin
Fim de Festa, Hilton Lacerda
Pacarrete, Allan Deberton
Sol Alegria, Mariah Teixeira e Tavinho Teixeira
Todos os Mortos, Marco Dutra e Caetano Gotardo
Vermelha, Getúlio Ribeiro
LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO ESTRANGEIRO
Vencedor: Retrato de uma Jovem em Chamas, Céline Sciamma
Completam o Top 10 em ordem alfabética
Adoráveis Mulheres, Greta Gerwig
O Caso Richard Jewell, Clint Eastwood
O Farol, Robert Eggers
Hotel às Margens do Rio, Hong Sang-soo
Joias Brutas, Josh e Benny Safdie
Martin Eden, Pietro Marcello
Os Miseráveis, Ladj Ly
Nunca Raramente Às Vezes Sempre, Eliza Hittman
Você Não Estava Aqui, Ken Loach
MELHOR CURTA-METRAGEM BRASILEIRO
Vencedores:
Inabitável (PE), Matheus Farias e Enock Carvalho
A Morte Branca do Feiticeiro Negro (SC), Rodrigo Ribeiro
República (RJ), Grace Passô
Completam o Top 10 em ordem alfabética
O Barco e o Rio (AM), Bernardo Ale Abinader
Cinema Contemporâneo (PE), Felipe André Silva
Construção (RS), Leonardo da Rosa
Entre Nós e o Mundo (SP), Fabio Rodrigo
Extratos (SP), Sinai Sganzerla
O Que Há em Ti (SP), Carlos Adriano
Vaga Carne (RJ), Grace Passô e Ricardo Alves Jr.