Bernardo Bertolucci admitiu não ter orientado Maria Schneider de propósito na cena de estupro da personagem dela em “O Último Tango em Paris”. O plano do diretor feito em parceria com o astro do projeto, Marlon Brando, tinha como objetivo pegar as reações de espanto e surpresa da atriz durante as gravações. As informações são do site da Variety.

A polêmica voltou à tona após uma ONG resgatar uma entrevista de Bertolucci feita em 2013 sobre o tema. No vídeo, Bertolucci conta como ele e Marlon Brando, na época, com 48 anos, planejaram surpreender Maria Schneider com apenas 19 anos. “Estava tomando café da manhã com Brando no flat onde estávamos gravando. Tinha uma baguete, uma manteiga e olhamos um para o outro e, sem dizer absolutamente nada, nós sabíamos o que queríamos”, recordou.

Mesmo admitindo que se sente horrível por não explicar como ocorreria a cena, Bertolucci afirmou que não se arrepende da decisão. “Não queria filmar a humilhação nem a raiva dela. Eu queria, na verdade, que a Maria sentisse a raiva e a humilhação e não a interpretasse. Ela me odiou pelo resto da vida”, declarou, acrescentando que os dois nunca mais se viram depois do lançamento de “O Último Tango em Paris”.

Pouco antes de morrer, Maria Schneider falou ao jornal inglês Daily Mail sobre a controversa cena. “Me senti humilhada e, para ser honesta, me senti um pouco estuprada tanto pelo Marlon quanto pelo Bertolucci. Depois da cena, Brando não me consolou ou pediu desculpas. Ainda bem que foi feito somente um take”, declarou.

VEJA O TRECHO DA ENTREVISTA DE BERNARDO BERTOLUCCI: