Vencedor do prêmio de Melhor Diretor do Festival de Cannes em 2016 por “Personal Shopper”, Olivier Assayas fez uma revelação polêmica sobre os bastidores do evento francês. Segundo o cineasta, a minissérie “Carlos” foi retirada da competição pela Palma de Ouro por pressão política. As informações são do site The Playlist.

Assayas afirmou que “Carlos” sofreu a mesma resistência enfrentada pelos filmes do Netflix na edição de Cannes deste ano. Porém, sem ter a força do Netflix, a minissérie não conseguiu quebrar a barreira entre streaming, televisão e cinema. “Eu tenho uma regra de terra muito simples para isso. Se você é livre para fazer o que quiser, é chamado de cinema. E quando você é definido pela indústria chama-se televisão ou cinema ruim”, disse.

O cineasta francês ainda declarou que não considera “Carlos” um filme feito para TV e que deveria ser visto nas telas do cinema. Por fim, ele citou o ganhador da Palma de Ouro em 2003, “Elefante”, financiado pela HBO. “Não me importo sobre quem financia os filmes. Se é um bom filme financiado pela Netflix, dá no mesmo. “Carlos” foi financiado pela Canal+, uma emissora da TV paga francesa. O filme estava previsto para estar na competição de Cannes e devido a muita, muita, muita pressão política, foi retirado. Foi frustrante porque é um longa que poderia ter tido grande impacto no público”, alegou o diretor.

Estrelado por Edgar Ramirez, “Carlos” traz a história do revolucionário venezuelano Ilich Ramirez Sanchez, conhecido como Carlos, o Chacal, durante mais de duas décadas como terrorista trabalhando para a causa palestina, o governo soviético e envolvendo-se em uma série de atentados pela Europa.