O Cine Set apresenta a nossa tradicional lista com os 30 filmes imperdíveis de 2020. Lembrando sempre que o site leva em conta somente as produções lançadas no Brasil entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2020, tanto no cinema quanto no streaming.
Aqui, buscamos não apenas tratar dos grandes blockbusters, mas, também de produções brasileiras, europeias, latinas e do circuito independente. Confira agora a terceira e última parte com o TOP 10:
10. Filme: I´m Thinking of Ending Things
Direção: Charlie Kaufman
Elenco: Jesse Plemons, Toni Collette, Jessie Buckley
Sinopse: Um desvio inesperado faz com que uma mulher, que está tentando descobrir como terminar com o namorado, repensar sua vida.
Previsão de lançamento: segundo semestre
Pode dar certo: Kaufman esteve envolvido em alguns dos filmes mais instigantes dos últimos anos – diretor de “Anomalisa” e “Sinédoque, Nova York”, roteirista de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, “Quero Ser John Malkovich”, “Adaptação”. Expectativa é que seja uma das produções mais criativas de 2020.
Pode dar errado: por melhor que sejam, os últimos trabalhos de Kaufman, “Anomalisa” e “Sinédoque, Nova York”, passaram longe de conversar com o grande público. Será que teremos um novo filme mais popular ou fechado no nicho do diretor/roteirista?
9. Filme: Pedro
Direção: Laís Bodansky
Elenco: Cauã Reymond, Vitória Guerra, Rita Wainer,Luisa Heyer
Sinopse: Um olhar intimista sobre a vida de Dom Pedro I (Cauã Reymond) e dos eventos históricos que giram em torno do príncipe, com anteção para um momento determinante de sua trajetória. Em 1831, o primeiro Imperador do Brasil volta à Europa sob condições adversas, na nau inglesa Warspite. Diante de sua abdicação ao trono do Brasil, esse é um momento de profunda reflexão para D. Pedro I, que pondera os erros e acertos de sua administração desde o momento em que chegou no país com sua família aos 10 anos de idade, em 1808.
Previsão de lançamento: segundo semestre
Pode dar certo: Cauã Reymond terá o maior desafio da carreira nos cinemas ao lado de uma diretora vinda do grande sucesso de “Como Nossos Pais”. Proximidade do Bicentenário da Independência também gera atração em relação ao filme.
Pode dar errado: nos últimos anos, filmes históricos no Brasil passam longe de atrair boas bilheterias – “Joaquim” e “Getúlio” sabem bem disso. Filme ainda corre risco de entrar no tiroteio do debate do revisionismo histórico proposto pela direita em relação a fatos já muito bem estabelecidos por historiadores em estudos feitos ao longo de décadas.
8. Filme: Mulan
Direção: Niki Cairo
Elenco: Yifei Liu, Donnie Yen, Jason Scott Lee, Gong Li
Sinopse: Hua Mulan (Liu Yifei) é a espirituosa e determinada filha mais velha de um honrado guerreiro. Quando o Imperador da China emite um decreto que um homem de cada família deve servir no exército imperial, Mulan decide tomar o lugar de seu pai, que está doente. Assumindo a identidade de Hua Jun, ela se disfarça de homem para combater os invasores que estão atacando sua nação, provando-se uma grande guerreira.
Previsão de lançamento: 26 de março
Pode dar certo: “Mulan” tem potencial para ser a maior bilheteria do ano graças ao aceno da Disney para o mercado asiático, cada vez mais lucrativo para Hollywood. A produção também aposta na inclusão ao colocar mulheres na direção e no protagonismo do projeto, além de contar com o carinho de um público que aprendeu a gostar da animação ao longo dos anos, diferente do que ocorreu quando foi lançada em 1998.
Pode dar errado: apesar de boas bilheterias, as live-actions da Disney em 2019 deram sinais de esgotamento com “Dumbo” e “O Rei Leão”. Desafio será conseguir trazer algo novo para a história e evitar um ‘copia e cola’.
7. Filme: Memoria
Direção: Apichatpong Weerasethakul
Elenco: Tilda Swinton, Daniel Gimènez Cacho, Jeanne Balibar
Sinopse: Situado na Colômbia, o filme vai explorar a história colonial e como a memória coletiva pode levar ao medo. Tilda será uma especialista em orquídeas que está visitando a sua irmã em Bogotá. Lá ela faz amizade com um arqueólogo francês encarregado justamente de monitorar a construção do túnel e um jovem músico local.
Previsão de lançamento: segundo semestre
Pode dar certo: diretor dos enigmáticos “Tio Boonme” e “O Cemitério do Esplendor”, Apichatpong Weerasethakul se reúne com a impressionante Tilda Swinton. No mínimo, o filme mais estranho e interessante de 2020.
Pode dar errado: será que o cinema de Apichatpong Weerasethakul irá funcionar fora do continente asiático? Em “Todos Já Sabem”, o iraniano Asghar Farhadi mostrou que, mesmo os mais talentosos diretores, sofrem ao sair para captar as essências e peculiaridades de outras regiões.
6. Filme: 007 – Sem Tempo Para Morrer
Direção: Cary Joki Fukunaga
Elenco: Daniel Craig, Rami Malek, Lèa Seydoux
Sinopse: James Bond estará de férias na Jamaica quando é recrutado para uma nova missão. Detalhes da trama ainda não foram divulgados.
Previsão de lançamento: 9 de abril
Pode dar certo: motivos não faltam: a despedida de Daniel Craig como James Bond; Rami Malek no primeiro papel depois de vencer o Oscar por “Bohemian Rhapsody”, Cary Joki Fukunaga ganha a grande chance da carreira em Hollywood após incríveis trabalhos com “True Detective” e “Beasts of no Nation”; criadora de “Fleabag” e “Killing Eve”, Phoebe-Waller Bridge no time de roteiristas…
Pode dar errado: o mundo mudou demais desde “007 Contra Spectre”, especialmente, no tratamento em relação às mulheres. Como James Bond irá se portar em relação ao feminismo atual e agradar aos fãs mais xiitas da franquia? Também precisará superar “Missão Impossível” que, após “Efeito Fallout”, cresceu em relação ao público e crítica como um rival digno de Bond.
5. Filme: Duna
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Rebecca Fergunson, Jason Momoa
Sinopse: Em um futuro distante, planetas são comandados por casas nobres que fazem parte de um império feudal intergalático. Paul Atreides (Timothée Chalamet) é um jovem homem cuja família toma controle do planeta deserto Arrakis, também conhecido como Duna. A única fonte da especiaria melange, a substância mais importante do cosmos, Arrakis se prova ser um planeta nem um pouco fácil de governar.
Previsão de lançamento: 17 de dezembro
Pode dar certo: “Sicario”, “Os Suspeitos”, “O Homem Duplicado”, “A Chegada”, “Blade Runner 2049”: raros são os diretores atuais em Hollywood com uma filmografia com tantos filmes importantes e ousados em sequência como Denis Villeneuve. “Duna” parece ser mais um desafio do tamanho que o canadense vem se propondo até agora e o elenco cheio de estrelas prova o prestígio alcançado por ele.
Pode dar errado: por mais bem-vinda que a ousadia seja, Denis Villeneuve precisará aliar isso com o sucesso comercial. Com um orçamento gigantesco e continuação já garantida, “Duna” necessita evitar um fracasso do tamanho de “Blade Runner 2049” para permitir que o diretor continue tocando seus blockbusters com a autonomia desejada.
4. Filme: Soul
Direção: Pete Docter, Kemp Powers
Vozes de: Jamie Foxx, Tina Fey, Daveed Diggs, Questlove
Sinopse: Joe Gardner é um professor de música de ensino fundamental desanimado por não conseguir alcançar seu sonho de tocar no lendário clube de jazz The Blue Note, em Nova York. Quando um acidente o transporta para fora do seu corpo, fazendo com que ele exista em outra realidade na forma de sua alma, ele se vê forçado a embarcar em uma aventura ao lado da alma de uma criança que ainda está aprendendo sobre si, para aprender o que é necessário para retomar sua vida.
Previsão de lançamento: maio
Pode dar certo: a Pixar não tinha uma trama tão criativa assim desde “Divertidamente”. Sabendo explorá-la com inteligência e sem pieguice, pode ser candidata ao novo clássico do estúdio.
Pode dar errado: antes de “Soul”, a Pixar lança “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” em 4 de março. Não será um excesso de filmes do estúdio em tão curto espaço de tempo?
3. Filme: Babenco, Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou
Direção: Bárbara Paz
Sinopse: Hector Babenco foi um cineasta que viveu e morreu realizando o que fazia sua vida ter algum sentido: A sétima arte. Em relatos marcantes sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde de Babenco, o documentário revela o quanto seu amor pelo cinema o manteve vivo por tantos anos.
Previsão de lançamento: sem data
Pode dar certo: elogiado de forma quase unânime pela imprensa internacional, “Babenco” venceu o prêmio de Melhor Documentário no último Festival de Veneza. Pelos trailers e entrevistas, Bárbara Paz parece ter conseguido captar a poética do diretor com uma jornada intimista e muito viva típica dela.
Pode dar errado: como acontece rotineiramente com os documentários brasileiros, o circuito exibidor de “Babenco” pode ficar restrito a poucas cidades do país. Infelizmente.
2. Filme: Tenet
Direção: Christopher Nolan
Elenco: John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth Debicki, Aaron-Taylor Johnson
Sinopse: não revelada
Previsão de lançamento: 23 de julho
Pode dar certo: poucos são os diretores em Hollywood com a liberdade de Christopher Nolan para trabalhar com orçamentos milionários e roteiros intrincados, exigindo muito mais atenção do público do que a média vista em blockbusters da vida. Em “Tenet”, deve retornar a sci-fi em que realizou sucessos como “A Origem”. Estará cercado de um elenco dos mais talentosos nomes desta geração e ainda conta com parceiros de longa data como Kenneth Branagh e Michael Caine.
Pode dar errado: conseguirá Christopher Nolan, finalmente, deixar de lado o excesso de didatismo irritante dos seus filmes? Também não podemos esquecer que a última sci-fi do diretor foi o pretensioso “Interestelar” em que buscou emocionar igual Spielberg, mas, errou na dose.
- Filme: Mank
Direção: David Fincher
Elenco: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily James
Sinopse: “Mank” irá mostrar os bastidores de “Cidadão Kane” a partir da relação turbulenta entre o diretor Orson Welles com o roteirista Herman Mankiewicz.
Previsão de lançamento: segundo semestre
Pode dar certo: se tinha alguém que poderia levar uma das maiores polêmicas da história do cinema para as telas este é David Fincher: o cinismo, acidez e a precisão cirúrgica dos planos do diretor podem ser a receita necessária para dar coragem e personalidade a “Mank”. Além disso, será o primeiro longa de Fincher em preto e branco, logo, espere uma direção de fotografia favoritaça para o Oscar 2021.
Pode dar errado: peraí… deixa eu pensar… é… não tem como dar errado!