Ganhador do prêmio do sindicato dos diretores de fotografia dos EUA, o Erik Messerschmidt repete a dose e confirma a vitória no Oscar da categoria por “Mank”.
Essa é a primeira dele na categoria e marca a segunda vitória em três anos de produções em preto e branco na categoria: “Roma” ganhou em 2019 encerrando um jejum de 25 anos desde a conquista de “A Lista de Schinder”.
Parceiro de David Fincher desde “Mindhunter”, o Erik Messerschmidt rodou “Mank” com uma RED Ranger Helium Monochrome, uma câmera digital de 8K que grava apenas em preto e branco.
Segundo ele, o equipamento dava uma sensação quase tridimensional à imagem com fidelidade tonal, enquanto a que filmava em cores deixava tudo opaco e sem vida.
Outra tática foi emoldurar cenas com foco profundo, permitindo que os elementos do primeiro plano e do plano de fundo ficassem totalmente visíveis.
Com isso, “Mank” consegue aliar a beleza estética dos clássicos noirs repletos de sombras e jogos de luzes com a mais avançada tecnologia, alcançando um resultado soberbo. Junto com o design de produção, é, de longe, o que o longa da Netflix tem de melhor.
Comparando a vencedores de anos anteriores, vejo “Mank” superior a “1917”, “La La Land”, “As Invenções de Hugo Cabret” e “As Aventuras de Pi”, porém, atrás de “O Regresso” e, claro, “Roma”.