Caio Pimenta apresenta as estratégias de campanha da Disney, Searchlight Pictures, Neon, A24, Sony Pictures Classic, Netflix e Bleecker Street para o Oscar 2021. 

DISNEY 

toda-poderosa e milionária Disney não tem muitas opções ‘raiz’ para o Oscar 2021. Ainda assim, os poucos filmes do estúdio têm boas chances de aparecerem na disputa. 

Com “Mulan”, por exemplo, a Disney deve investir pesado para buscar categorias técnicas, incluindo, direção de arte, figurino, som e efeitos visuais. Porém, o estúdio vai focar mesmo em “Soul”: a produção tenta recolocar a Disney e a Pixar de volta à disputa de Melhor Filme, a qual não participa desde 2011 quando concorreu com Toy Story 3”. 

Aqui, vai ser interessante saber como a Academia irá reagir à decisão da Disney em tirar os lançamentos dos dois filmes do cinema para o streaming. Será que vamos ter retaliação? Acho difícil, porém, é bom ficar atento. 

SEARCHLIGHT PICTURES

Searchlight Pictures era o braço dos filmes independentes da Fox, que foi comprada no ano passado pela Disney. Para o Oscar 2021, eles já têm um candidato principal para lá de definido. 

É claro que estou falando de “Nomadland”. A vitória no Festival de Veneza, onde “Roma”, “A Forma da Água” e “Coringa” já se destacaram, e o prêmio do público em Toronto somente tornaram a produção o carro chefe natural da Searchlight Pictures na temporada. A produção está garantida em Melhor Filme, Direção, Atriz e Roteiro Adaptado.  

Outra possibilidade é “The Personal History of David Copperfield”, mas, correndo por fora neste momento. E a Searchlight Pictures tem outras três possibilidades que ainda não se sabe se vão ficar prontas a tempo do Oscar. São os casos de “The Eyes of Tammy Faye”, com Jessica Chastain e Andrew Garfield, o remake de ‘O Beco das Almas Perdidas”, de Guillermo Del Toro, e “Next Goal Wins”, do Taika Waititi 

Desta turma toda, “The Eyes of Tammy Faye” e “Next Goal Wins” podem surgir seja em Sundance ou Berlim.  

Para fechar a caixão da Fox, a 20th Century Studios chega com Everybody´s Talking About Jamie”. 

SONY PICTURES CLASSIC 

A Sony Pictures Classic vai com dois filmes. 

“The Father surge como candidato mais forte com presença garantida em Melhor Ator e boas chances de indicações em Melhor Filme, Direção com Florian Zeller e Roteiro Adaptado. O mistério por conta de saber para onde vai a Olivia Colman, afinal, a outra aposta da Sony reside em French Exit”, produção em que a Michelle Pfeiffer deve emplacar em Melhor Atriz. 

Para evitar uma disputa interna desnecessária, provavelmente, a Sony deve deslocar a Olivia Colman para disputa de coadjuvante. 

A24 

Queridinha de muitos cinéfilos, a A24 tem boas apostas para o Oscar 2021, ainda que não deva repetir o feito de 2017 quando surpreendeu e levou o prêmio com “Moonlight”.  

O carro-chefe da campanha será Minari: a produção se destacou em Sundance e por onde passa é só elogios. Luta para conquistar vagas em Melhor Filme, Ator, Atriz Coadjuvante e também Roteiro Original. “First Cow” corre por fora nas prioridades da A24, mas, talvez, consiga emplacar em Roteiro Adaptado.

“C´Mon, C´Mon ainda é muito incerto se vai ou não estar na disputa. Por fim, a Sony ainda tem “On the Rocks”, comédia da Sofia Coppola que o estúdio deve trabalhar com força a campanha do Bill Murray em ator coadjuvante. Ele nunca venceu o prêmio, é um cara queridíssimo na indústria e com o público, e tem a melhor chance da carreira de sair com a estatueta. 

NEON 

Depois de uma campanha arrasadora com “Parasita”, a Neon vai com dois filmes para o Oscar. Porém, não deve ir muito longe nesta temporada. 

A principal aposta da distribuidora é “Ammonite”, porém, o filme por onde passa não convence. A maior possibilidade é, sem dúvida, na categoria de Melhor Atriz com a Kate Winslet e Atriz Coadjuvante com a Saoirse Ronan. Porém, com uma disputa intensa pelas vagas, pode ser que uma delas acabe dançando. 

O outro é a divertida comédia romântica “Palm Springs”. Porém, aqui, sinceramente, só vejo chances em Roteiro Original e isso com muita boa vontade.  

BLEECKER STREET 

Baseada em Nova York, a Bleecker Street busca espaço no Oscar em meio aos gigantes e seus investimentos milionários. A distribuidora vai com três filmes. 

“Supernova” surge como o candidato principal com foco nas atuações de Colin Firth e Stanley Tucci. O mesmo acontece com “The World to Come” e os trabalhos de Vanessa Kirby e Katharine Waterson, e “Wild Mountain Thyme”, com a Emily Blunt que nunca disputou o Oscar. 

NETFLIX  

E chegamos, claro, na Netflix. Não há estúdio, distribuidora ou coisa que o valha que chega com tantos e tantos filmes para disputa. E olha que nem estou citando documentários, curtas ou animações. São candidatos dos mais diversos que dá até para dividir em três patamares diferentes. 

Vamos começar que eles estão no terceiro plano. 

São os casos de “Estou Pensando em Acabar com Tudo”, “Rebecca”, “The Midnight Sky”, “The Life Ahead” e “The White Tiger”. 

Estou Pensando em Acabar com Tudo” e “Rebecca” parecem improváveis demais até pela recepção pouco entusiasmada de público e crítica. Pensar em uma indicação para o Charlie Kaufman em Roteiro Original ou a Kristin Scott Thomas em atriz coadjuvante está cada dia mais distante.  

O foco em “The Life Ahead será todo na Sophia Loren em Melhor Atriz, porém, ela enfrenta concorrência interna pesada demais de estrelas do cinema americano dentro da própria Netflix. Vai precisar demais do status dela de ícone, diva para superar isso.  

Com lançamentos marcados para o fim do ano, “The Midnight Sky” e “The White Tiger” podem crescer ainda que eu ache que não consigam chegar ao patamar principal. 

“Era uma vez um Sonho”, “Destacamento Blood”, “Pieces of a Woman” e “The Prom” estão na segunda prateleira das prioridades da Netflix. 

Aqui, são filmes com potenciais de muitas indicações até favoritos em algumas categorias, ainda que não sejam os carros chefe da Netflix na temporada. “Era uma vez um Sonho” e “Pieces of a Woman são bons exemplos disso. 

O filme do Ron Howard, por exemplo, chega com tudo para vencer Melhor Atriz Coadjuvante com a Glenn Close e brigar em Atriz com a Amy Adams, a qual irá enfrentar a Vanessa Kirby, de “Pieces of a Woman”, premiada em Veneza. Porém, os dois projetos parecem distantes, por exemplo, de indicações em Melhor Direção e são dúvidas em Melhor Filme. 

O lançamento do “Destacamento Blood” em julho, tão distante da corrida para o Oscar, pode prejudicar o filme.  

Vejo chances muito claras em Ator com Delroy Lindo e ator coadjuvante com Chadwick Boseman. Já nas demais categorias, até agora, não dá para cravar, mesmo com um ano forte para produções de temáticas negras.  

Por fim, “The Prom” pode crescer na Netflix, afinal, reúne um elenco pesado liderado por Nicole Kidman e Meryl Streep com direção do Ryan Murphy. Uma estratégia, talvez, para o filme é que a campanha pode focar em ser um dos filmes mais leves da temporada de um ano tão pesado. Musicais são perfeitos para épocas em que a gente precisa de escapismo. 

“Mank”, “Os Sete de Chicago” e “A Voz Suprema do Blues” são os candidatos da Netflix para o Oscar 2021. 

“Os Sete de Chicago” e “A Voz Suprema do Blues” são os ativos principais da Netflix em relação a temas que vão estar em pauta no Oscar: o filme do Aaron Sorkin vai na veia política e dos movimentos dos direitos civis nos EUA, algo extremamente atual após as manifestações por conta da morte de George Floyd. O elenco deve conseguir, pelo menos, uma indicação em Ator Coadjuvante e o Aaron Sorkin chega como favorito a indicações em Direção e Roteiro Original. Já “A Voz Suprema do Blues” traz a visibilidade negra. Além das categorias técnicas como direção de arte, figurino e trilha sonora, a produção tem tudo para emplacar nomeações em Melhor Filme, Atriz com Viola Davis e Roteiro Adaptado, e ainda pode ter Chadwick Boseman em Melhor Ator. 

Semelhante ao que ocorreu com “O Irlandês” neste ano, “Mank” é o grande filme da Netflix em 2021. O mundo do cinema e seus bastidores sempre atraíram a Academia e homenagear um gigante como Orson Welles e um dos clássicos da produção americana são tentadores demais para o Oscar. 

Sem dúvida, “Mank” será indicado em Melhor Filme, Direção para o David Fincher em busca da primeira estatueta, Ator, Atriz e Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Fotografia, Direção de Arte, Figurino e muito mais. 

Por isso, a Netflix encara “Mank” como filme capaz de dar o seu primeiro Oscar na categoria máxima. 

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