De “Babylon”, de Damien Chazelle, a “Blonde”, com Ana de Armas, Caio Pimenta aponta mais 10 candidatos ao Oscar 2023.

NEXT GOAL WINS 

“Next Goal Wins” está namorando o Oscar há dois anos. Havia a expectativa que ele ficasse pronto em 2021, aproveitando o embalo da vitória de Taika Waititi em Roteiro Adaptado por “Jojo Rabbit”.

A pandemia, entretanto, não tornou possível. 

Depois, as especulações vieram para a edição deste ano também não cumpridas. Agora, espera-se que, finalmente, a comédia estrelada por Michael Fassbender e a Elisabeth Moss sobre a tentativa da fraquíssima seleção de Samoa Americana consiga se classificar para a Copa do Mundo de 2014. 

Pode ser um bem-vindo candidato surpresa na temporada de premiações. 

BLONDE 

O Taika Waititi não é o único que está se insinuando para o Oscar há um bom tempo. Após sucessivos adiamentos, “Blonde”, do Andrew Dominik, deve chegar às telas neste ano. 

A cinebiografia sobre a Marilyn Monroe traz a Ana de Armas como a protagonista. Segundo o parceiro dela no filme, o Adrien Brody, a atriz cubana está excelente, logo, não duvido que ela seja, pelo menos, cotada a Melhor Atriz. 

Por outro lado, “Blonde” deve causar muita polêmica pelas cenas de sexo que levaram a Netflix a colocar uma classificação indicativa de filme para maiores de 17 anos. Como isso será recebido pela indústria, é o grande mistério.  

BONES AND ALL 


O reencontro do diretor Luca Guadagnino e Timothée Chalamet não será com a continuação de “Me Chame Pelo Seu Nome”: os dois estarão juntos em “Bones and All”.  

O filme tem uma história, no mínimo, curiosa: a protagonista é uma garota chamada Maren, vivida pela Taylor Russell, que está em busca do pai ao ser abandonada pela mãe.

Neste possível encontro, ela tentará entender as razões de se alimentar de pessoas.  

“Bones and All” ainda traz o Michael Stuhlbarg, também de “Me Chame Pelo Seu Nome”, Mark Rylance e Chloë Sevigny no elenco.  

THE ETERNAL DAUGHTER 

Continuando nesta onda de filmes com toques sobrenaturais, “The Eternal Daughter” é o novo filme da produtora A24 e da diretora Joanna Hogg, de “The Souvenir”. 

Na história protagonizada pela Tilda Swinton, uma senhora idosa retorna para a casa onde vivia ao lado da filha. O local é uma mansão abandonada que funcionou como hotel durante muitos anos.  

No Oscar, vocês sabem, filme de terror não costuma ter muita chance. Então, “The Eternal Daughter” precisará remar demais para chegar na premiação.  

Disappointment Blvd 


E seguimos no terror, agora, com “Disappoinment BLVD”. 

A produção dirigida pelo Ari Aster, de “Midsommar” e “Hereditário”, é descrita como um “retrato de décadas de um dos empreendedores mais bem-sucedidos de todos os tempos”.  

As primeiras fotos divulgadas dos bastidores mostram uma impressionante transformação física do Joaquin Phoenix, ator em alta em Hollywood após o premiado “Coringa”.  

Acredito que, dos filmes de terror de 2022, vejo neste a maior chance do gênero chegar ao Oscar, especialmente, em Melhor Ator. 

TRIANGLE OF SADNESS 

O Festival de Cannes deve ter em “Triangle of Sadness” uma de suas maiores atrações. O filme marca o retorno do sueco Ruben Ostlund após vencer a Palma de Ouro em 2017 por “The Square”. 

Primeiro filme do Ostlund falado em inglês, a história traz duas modelos com seus destinos se cruzando, mas, em um momento de encruzilhada para ambas. O Woody Harrelson é um dos protagonistas de “Triangle of Sadness”. 

A força do filme deve mesmo ser medida no festival francês e, no Oscar, a produção pode se beneficiar do jejum sueco em Filme Internacional: a última produção do país a levar a categoria foi “Fanny e Alexander”, do Ingmar Bergman, em 1984. 

ARGENTINA, 1985 

Em Melhor Filme Internacional, a Academia pode reencontrar o Ricardo Darín, premiado por “O Segredo dos Seus Olhos”, em 2010.  

E “Argentina 1985” é um filme perfeito para o Oscar: o drama de tribunal mostra um grupo de advogados enfrentando os chefes da sangrenta ditadura militar argentina durante a década de 1980. 

Caso o diretor Santiago Mitre aposte mais na contundência de “O Estudante” e menos no convencionalismo de “A Cordilheira”, os nossos hermanos podem retornar ao Oscar.  

 BABYLON 

Dois dos três longas de Damien Chazelle foram indicados a Melhor Filme – “Whiplash” e “La La Land”. Fora ter sido o vencedor mais jovem da categoria de Melhor Direção aos 32 anos. 

Em 2023, ele deve voltar à premiação com “Babylon”. A história fala sobre a própria Hollywood, assunto amado pela Academia. Ambientado na década de 1920, a história mostra uma estrela do cinema mudo fazendo a transição para o cinema sonoro. 

Na mira do Oscar há algum tempo, Margot Robbie é a protagonista e pode ter a grande chance de receber o prêmio de Melhor Atriz. Brad Pitt também estrela “Babylon” ao lado da Olivia Wilde, Tobey Maguire e Jean Smart. 

BOA SORTE, LEO GRANDE 

Exibido no Festival de Sundance deste ano, “Boa Sorte, Leo Grande” é a nova aposta para a Emma Thompson ao Oscar. A última indicação da britânica acontece em 1996 com “Razão e Sensibilidade”. 

A produção acompanha uma mulher de 55 anos que está buscando novas aventuras, conhecer pessoas e transar com outras pessoas. A direção fica por conta da Sophie Hyde.  

“Boa Sorte, Leo Grande” teve uma aprovação praticamente unânime junto à crítica: no Rotten Tomatoes em 61 críticas, a taxa está em 97% de avaliações positivas. Ainda assim, neste momento, acredito apenas na Emma Thompson em Melhor Atriz.  

THE SON 

 
Para fechar a lista, temos o Florian Zeller com “The Son”.  

A produção é a segunda parte da trilogia iniciada com o excelente “Meu Pai”, produção ganhadora do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e Ator com Anthony Hopkins.

Falando na estrela britânica, ele está de volta, agora, ao lado do Hugh Jackman, Vanessa Kirby e Laura Dern.  

“The Son” será focado na depressão na adolescência a partir de um garoto filho de pais separados.  Se o Zeller repetir o que alcançou com “Meu Pai”, não duvido a Academia querer prestigiar ainda mais que o longa de 2021.