Das nomeações por “O Vencedor” e “Gladiador” a “Vice” e “Coringa”, Caio Pimenta analisa quais as melhores e piores indicações de Christian Bale e Joaquin Phoenix no Oscar.
4. A GRANDE APOSTA
Começo com o Christian Bale e a indicação mais fraca dele ao Oscar, para mim, claro, veio em “A Grande Aposta”.
Interpretando um economista esquisito, mas, brilhante que prevê o desastre que ocorreria em 2008, o Bale tem um bom desempenho, mas, em um filme em que o elenco não chega a ser o mais interessante – cargo este ocupado pelo diretor Adam McKay e o roteiro.
3. VICE
A medalha de bronze fica com “Vice”: mesmo o filme sendo uma bagunça e bem aquém do que poderia, o Christian Bale está excelente como o Dickey Chaney comedido e calculista.
Para variar, a transformação física chama a atenção.
2. TRAPAÇA
O segundo lugar fica com a indicação por “Trapaça”: novamente irreconhecível por estar completamente acima do peso, o astro lidera o grande elenco com facilidade em uma personagem errante, mas, ainda assim, sedutor e em ótimas parcerias com Jennifer Lawrence e Amy Adams.
1. O VENCEDOR
E o primeiro lugar fica com “O Vencedor”, drama com o qual venceu o Oscar de Ator Coadjuvante.
Desta vez, bem abaixo do peso, Bale rouba a cena como o impulsivo treinador do irmão vivido pelo Mark Wahlberg.
Como nunca sabemos o que esperar dele, o personagem comove o público, pois, percebe-se que, ainda que erre, ama e está dedicado a ver o caçula voltar a ser campeão.
Grande trabalho em mais um filme correto.
4. GLADIADOR
Hora de falar do Joaquin Phoenix e o quarto lugar fica com a nomeação dele por “Gladiador” em Melhor Ator Coadjuvante.
Ainda que o personagem seja o vilão clássico, ele empresta uma fragilidade e insegurança interessante a um rei supostamente todo-poderoso.
Não chega a ser um desempenho brilhante, mas, ele vai bem.
3. JOHNNY & JUNE
A medalha de bronze fica com “Johnny & June” em que interpreta o cantor Johnny Cash.
Apesar da estrutura tradicional da história, o Phoenix oferece uma estranheza e rudeza ao personagem cativante, além da química de milhões com a Reese Witherspoon.
2. CORINGA
A segunda posição fica com “Coringa”, filme pelo qual venceu o Oscar em 2020.
Do emagrecimento assustador passando pela risada bizarra e toda a caracterização, o astro oferece a psicopatia de Arthur Fleck acompanhada de uma humanização do vilão a ponto de fazer muita gente se dividir entre os sentimentos em relação ao protagonista até por notar sombrios traços de identificação.
Desempenho brilhante.
1. O MESTRE
Ainda assim, fico com “O Mestre” como a melhor atuação da carreira do Joaquin Phoenix indicada ao Oscar.
Somente o duelo com o Philip Seymour Hoffman já seria suficiente para tal posto, mas, o astro vai além ao fazer uma figura dura, quase intransponível que se vê envolvida no fanatismo religioso, mas, sempre como um ponto de oposição e conflito naquele universo.
Típico papel que jamais venceria o Oscar, mas, que fica na memória de quem assiste.
AS ESNOBADAS
Para o Christian Bale, a maior esnobada é previsível, porém, para o Phoenix, fui fora do óbvio.
Em “Psicopata Americano”, Bale está brilhante como o sanguinário Patrick Bateman. Mesmo o filme nem sendo tão brilhante como se tenta emplacar até hoje, é a atuação do astro que realmente fica na memória ao misturar a elegância com a crueldade.
Já o Phoenix, se você esperava por “Ela”, sinto muito: o maior trabalho dele não indicado ao Oscar vem de “Amantes”. Neste romance belíssimo do James Gray, dói na alma ver o ator interpretar um sujeito frágil, errante se apaixonando perdidamente pela personagem da Gwyneth Paltrow. O protagonista nos conduz a uma jornada trágica impossível de não gerar uma empatia instantânea devido aos seus medos, falhas relacionadas a amar uma outra pessoa.