A Katharine Hepburn pode ser a maior vencedora do Oscar de Melhor Atriz com quatro estatuetas, porém, a Frances McDormand detém um recorde incrível: 100% de aproveitamento na categoria com três indicações e três vitórias.  

Ela ainda soma outras nomeações em atriz coadjuvante sendo que a primeira delas aconteceu ainda na década de 1980.

Por essa trajetória premiada e respeitada dentro da indústria, Caio Pimenta homenageia a Frances McDormand neste especial que elenca da pior à melhor indicação dela no Oscar, além da maior esnobada.  

6. TERRA FRIA  

A indicação mais fraca da carreira da Frances McDormand aconteceu no filme menos marcante pelo qual ela foi nomeada. 

Em “Terra Fria”, ela interpreta a colega da personagem da Charlize Theron em uma história sobre a primeira denúncia formal na justiça dos EUA de assédio sexual. Trata-se de uma atuação firme como é típica dela ainda com um grau de fisicalidade bem executado na reta final.  

Em 2006, ela chegou sem grandes chances na corrida de Melhor Atriz Coadjuvante perdendo para a favorita Rachel Weisz, de “O Jardineiro Fiel”.  

5. MISSISSIPI EM CHAMAS 

A primeira nomeação da McDormand veio em 1989 também em coadjuvante por “Mississipi em Chamas”.  

Vivendo a esposa de um policial membro da Ku Klux Klan, a atriz serve como um contraponto ao racismo da região, mostrando como nem todos os brancos apoiam os absurdos cometidos contra os negros.  

Em 1989, ela perdeu para a Geena Davis, de “O Turista Acidental”, um Oscar bastante controverso. Não pela derrota da Frances McDormand, mas, pela sim pela Michelle Pfeiffer, de “Ligações Perigosas”, não ter vencido. 

4. NOMADLAND 

A terceira estatueta da carreira da Frances McDormand veio em 2021 com “Nomadland”. 

Antítese dos Oscars baits comuns às categorias de atuação, o trabalho da atriz é silencioso e internalizado no belo longa da Chloé Zhao.

Isso, entretanto, não impede o público de criar uma empatia instantânea com Fern em sua jornada para seguir adiante após perder tudo, algo tão comum a milhões de pessoas nestes tristes tempos em que vivemos. 

3. QUASE FAMOSOS 

 Começamos o pódio pela indicação dela a Melhor Atriz Coadjuvante em 2001. 

Mães preocupadas com seus rebentos descobrindo as delícias e perigos da vida são uma constante no cinema.

O talento da Frances McDormand, porém, amplifica isso ao entregar uma figura genuína e comovente de fácil identificação ao mesclar o entendimento da importância do jovem repórter seguir adiante, enquanto tenta protegê-lo a todo custo.  

Em 2001, ela perdeu para a estatueta para a Marcia Gay Harden, por “Pollack”. Na minha opinião, se era para a Frances sair derrotada que fosse para a colega de “Quase Famosos”, a Kate Hudson lindíssima como a Penny Lane. 

2. TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME 

“Três Anúncios para um Crime” pode até ser um filme superestimado, porém, o mesmo não dá para dizer do trabalho da Frances McDormand. 

Ao fazer Mildred Hayes, a atriz subverte aquilo que se espera de uma mãe em luto ao deixar a tristeza em segundo plano para dar lugar à vingança e o desejo de justiça com as próprias mãos.

Desta forma, cada palavra dita pela personagem sai como uma lâmina prestes a detonar seu receptor e a ações são extremas ainda que a dor esteja lá de forma perceptível. 

Curioso que o Oscar 2018 de Melhor Atriz tinha tudo para ser bem equilibrado com as presenças da Sally Hawkins, do favorito “A Forma da Água”, e da Saoirse Ronan, de “Lady Bird”, porém, a Frances McDormand estava tão bem que dominou sem maiores dificuldades. 

1. FARGO 

O maior trabalho da Frances McDormand vencedor do Oscar veio de forma surpreendente. 

Apesar de ser uma das protagonistas de “Fargo”, a atriz aparece somente após os 33 minutos da projeção em um filme de 98 minutos.

Mas, quando surge em cena, a Frances McDormand domina tudo como o ponto de racionalidade de uma história bizarra.

A policial grávida não apenas consegue ser um necessário contraponto de lucidez como também se impõe com a firmeza necessária para resolver aquele caos. 

Havia quem a apontasse mais coadjuvante do que protagonista em “Fargo”, mas, de qualquer modo, ela sairia premiada daquele Oscar. Era impossível qualquer resultado diferente. 

A MAIOR ESNOBADA – “QUEIME DEPOIS DE LER”

Chegamos à minha parte favorita: qual foi a maior esnobada? 

Ainda que a Frances McDormand tenha feito dois clássicos dos irmãos Coen ali no início da carreira – “Gosto de Sangue” e “Arizona Nunca Mais” – fico com uma parceria mais recente. 

Em “Queime Depois de Ler”, a atriz está divertidíssima como a funcionária de uma academia em meio a uma inesperada e maluca conspiração governamental. Junto com o Brad Pitt, a McDormand forma uma dupla hilária pela caricatura, causando uma estranheza bem-vinda para uma trama tão maluca quanto eles.  

“Queime Depois de Ler” foi um dos raros filmes recentes dos Coens completamente esnobados. Em relação à Frances McDormand, a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante era justamente a mais pesada daquele Oscar 2009. Ainda assim, teria tirado a Taraji P. Henson, de “Benjamin Button”, para colocá-la na disputa. 

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