Das nomeações por “Desejo e Reparação” e “Volver” a “Adoráveis Mulheres” e “Mães Paralelas”, Caio Pimenta analisa quais as melhores e piores indicações de Saoirse Ronan e Penélope Cruz no Oscar.

4. “BROOKLYN”

'Brooklyn': romance com cara de Oscar

Começando com a Saoirse Ronan, na minha visão, a indicação mais fraca dela veio em 2016.  

Em “Brooklyn”, ela é o grande destaque seja na luta para prosperar nos EUA após sair da Irlanda seja na divisão do amor entre os personagens Domhnall Gleeson e Emory Cohen.

Ainda assim, pelo fato do filme nunca deslanchar de fato para além do correto, o desempenho da Ronan fica abaixo, por exemplo, de “Adoráveis Mulheres”.  

 3. “ADORÁVEIS MULHERES”

No ótimo drama de época dirigido pela Greta Gerwig, a garra da protagonista se destaca e, mesmo ao lado de um elenco excelente, mantemos o foco sempre nela muito graças ao carisma da atriz. 

 2. “DESEJO E REPARAÇÃO”

A medalha de prata fica com “Desejo e Reparação” pelo qual a Ronan foi nomeada em Melhor Atriz Coadjuvante com apenas 13 anos de idade.

Impressiona a facilidade com que ela preenche a cena com aqueles sempre olhos curiosos e uma certa maturidade se comparado a outros papéis da mesma idade, quase sempre estereotipados e cheios de vícios.

A Saoirse Ronan aproveita a oportunidade que deu o pontapé inicial à carreira dela. 

1. “LADY BIRD”

O melhor trabalho da Saoirse Ronan indicado ao Oscar foi por “Lady Bird”.

Novamente, a atriz sai do comum do que se vê de uma adolescente em filmes do gênero para apresentar um retrato repleto de nuances e complexos sobre a passagem da adolescência para a vida adulta.

Para completar, a dobradinha com a Laurie Metcalf, mãe da Lady Bird, é perfeita. 

 4. “NINE”

A atuação mais fraca da Penélope Cruz indicada ao Oscar passa bem longe de ser ruim. 

No insosso “Nine”, a espanhola está deslumbrante como uma das musas de Guido em uma persona tragicômico, sendo, junto com Marion Cotillard, uma das poucas coisas que se salvam do musical.

3. “VICKY CRISTINA BARCELONA”

O terceiro lugar fica com “Vicky Cristina Barcelona”, produção pela qual venceu o único Oscar da carreira até aqui.

Ela injeta tempero na história de Woody Allen quebrando todas as certezas presentes até ali e formam o maior trisal que o cinema já viu. 

 2. “MÃES PARALELAS”

A medalha de prata fica com a recente nomeação dela por “Mães Paralelas”.

Chama a atenção como ela desdobra todos as nuances da trama com muita destreza seja na incerteza sobre a possível troca dos filhos, os envolvimentos amorosos e a luta para esclarecer o passado da família.

Seria o primeiro lugar de qualquer atriz, mas, a Penélope Cruz está em um patamar dos mais altos. 

 1. “VOLVER”

Em “Volver”, a primeira nomeação dela ao Oscar, a atriz brilha na melhor parceria dela com o mestre Pedro Almodóvar.

Penélope é a fúria, o amor, o acolhimento, a garra de uma mulher que faz tudo por aqueles que ama.

Como se já não bastasse, o cineasta capta tudo isso como se estivesse pintando um quadro, criando sequências repletas de dramaticidade e beleza. 

 AS ESNOBADAS 

Quantos às esnobadas, preciso admitir que não vejo nenhuma por parte da Saoirse Ronan.

Considero que ela manda bem em “Hanna”, nas parcerias com Wes Anderson em “O Grande Hotel Budapeste” e “A Crônica Francesa” e também em “Duas Rainhas”.

Ainda assim, nada que seja realmente absurdo ter ficado fora. 

Cito “Dor e Glória” como a maior esnobada do Oscar na Penélope Cruz.

Fazendo a mãe do protagonista nesta história pessoal do Almodóvar, ela consegue ser o porto seguro e de acolhimento dele, além de representar o encanto do cineasta pelas mulheres. 

Teria tirado a Kathy Bates, de “Richard Jewell”, e aberto o espaço da Cruz no Oscar de Atriz Coadjuvante em 2020.