De “Os Últimos Passos de um Homem” a “Milk”, Caio Pimenta analisa da pior à melhor indicação da carreira de Sean Penn.

5. UMA LIÇÃO DE AMOR 

Em 2002, Sean Penn surgiu na lista pelo trabalho em “Uma Lição de Amor”. 

Ainda que seja um filme que força de todas as maneiras para fazer o público chorar, o Sean Penn faz um belo desempenho um sujeito com Transtorno do Espectro do Autismo, pai de uma garotinha e lutando a todo custo para ter a guarda dela.

A dupla com a Dakota Fanning domina o drama em um trabalho com carinha total de Oscar bait.  

O Sean Penn apenas compôs a lista de Melhor Ator, pois, era impossível se intrometer no duelo entre Russell Crowe, de “Uma Mente Brilhante”, e do vencedor Denzel Washington, por “Dia de Treinamento”. 

4. MILK 

A segunda vitória e última indicação do Sean Penn ao Oscar veio em 2009. 

Fazendo Harvey Milk, primeiro político assumidamente gay ao vencer uma votação na Califórnia, o ator encontra o difícil tom de trazer os trejeitos do protagonista e o gestual delicado sem cair na caricatura.

Em nenhum momento, deixamos de acreditar que seja uma figura destemida, corajosa e capaz de encarar qualquer desafio sempre com muito afeto e amor. 

Já contei aqui no canal como foi a épica corrida entre o Sean Penn e o Mickey Rourke neste Oscar

3. POUCAS E BOAS 

A única parceria entre Sean Penn e Woody Allen rendeu uma indicação na cerimônia de 2000. 

O ator interpreta Emmet Ray, um guitarrista de jazz, ex-cafetão e que se vê ameaçado por um novo concorrente tão ou mais talentoso que ele.

Nesta comédia mais comedida do Allen, o Sean Penn incorpora bem a ironia e cinismo do universo do diretor.  

Fora que ver o Sean Penn se arriscando na comédia mostra toda a versatilidade dele. Mesmo assim, no fim das contas, ele perdeu o Oscar para o Kevin Spacey, de “Beleza Americana”. 

2. OS ÚLTIMOS PASSOS DE UM HOMEM 

A primeira indicação do Sean Penn ao Oscar foi por um papel desafiador. 

Como criar empatia com o autor de um crime terrível e repleto de crueldade?

O astro consegue isso em “Os Últimos Passos de um Homem”. Ao lado da oscarizada Susan Sarandon, ele empresta dignidade e, acima de tudo, humanidade ainda que, em nenhum momento, esqueçamos o que fizera.

O desespero da cena final no caminho rumo ao corredor da morte é inesquecível. 

Em 1996, o vencedor foi o Nicolas Cage, também excelente em “Despedida em Las Vegas”. 

1. SOBRE MENINOS E LOBOS 

O melhor desempenho da carreira do Sean Penn rendeu a ele o primeiro Oscar. 

Em 2004, o astro assume o protagonismo de “Sobre Meninos e Lobos”, do fantástico Clint Eastwood.

Igual fizera em “Os Últimos Passos de um Homem”, temos um sujeito cheio de nuances: sabemos que se trata de uma figura perigosa e com ações para lá de questionáveis, porém, a dor universal da perda de alguém tão amado acaba por nos aproximar a ele.

Neste jogo, Penn elabora um jogo complexo ao público, dividindo nossos sentimentos, exceto a sensação de que estamos diante de um trabalho grandioso. 

A ESNOBADA 

Você sabia que o Sean Penn já venceu Melhor Ator do Festival de Cannes? E, mesmo com esta credencial pesadona, ficou fora da lista do Oscar? 

Isso aconteceu com “Loucos de Amor”, drama dirigido pelo Nick Cassavetes.

O filme traz o Sean Penn atuando ao lado da então esposa, Robin Wright, fazendo um casal problemático em que ele acaba internado em um sanatório e passa 10 anos no local.

John Travolta surge como um terceiro elemento nesta história, criando um triângulo amoroso. 

O Sean Penn poderia ter surgido na lista de Melhor Ator em 1998 no lugar do Peter Fonda, de “O Ouro de Ulisses” ou do Robert Duvall, de “O Apóstolo”.

Vale lembrar que ele não foi único “privilegiado” na esnobada: no mesmo ano, o Leonardo DiCaprio foi esquecido no rolê por “Titanic”