Desde 1982, Woody Allen vem mantendo a impressionante média de realizar um filme por ano. E se de lá para cá ele fez filmes do quilate de “Zelig” (1983), “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), “Hannah E Suas Irmãs” (1986), “Tiros Na Broadway” (1994), “Match Point” (2005) e “Meia-Noite em Paris” (2011), ao mesmo tempo realizou os medíocres “Celebridades” (1998), “Trapaceiros” (2000), “O Escorpião de Jade” (2001), “Igual A Tudo Na Vida” (2003), “Melinda E Melinda” (2004), “Scoop – O Grande Furo” (2006) e “Você Vai Conhecer O Homem Dos Seus Sonhos” (2010).
Perceba que os filmes citados por último não são ruins, apenas não estão no nível que o seu realizador consegue fazer quando está em momentos inspirados.
Devo dizer que “Para Roma, Com Amor” chega a ser uma espécie de meio termo disso. Ao mesmo tempo que possui momentos fantásticos, com a forte assinatura do gênio que é o seu autor, o longa acaba se tornando irregular no seu desenvolvimento, não conseguindo manter o mesmo nível de interesse em todas as suas tramas.
O filme é dividido em quatro histórias. Primeiro acompanhamos Hayley (Alison Pill), que em uma viagem à Itália conhece Michelangelo (Flavio Parenti). Os dois se apaixonam, e algum tempo depois os pais da moça, Jerry e Phyllis (Woody Allen e Judy Davis) vão conhecer os pais do rapaz em Roma, só que Jerry se surpreende com o talento que o pai de Michelangelo, Giancarlo (Fabio Armiliato) tem para cantar óperas. Depois conhecemos o arquiteto Jack (Alec Baldwin), que está de volta à Roma, depois de ter morado no lugar há muito tempo. Lá ele encontra John, um estudante de arquitetura que mora com a sua namorada, Sally (Greta Gerwig), e que vai receber Monica, uma amiga da namorada (Ellen Page), recém-chegada dos Estados Unidos. Só que John acaba se interessando por Monica, e recebe conselhos de Jack.
Ainda acompanhamos a série de desventuras do casal recém-chegado em Roma, Antonio e Milly (Alessandro Tiberi e Alessandra Mastronardi). Ela vai dar uma volta pela cidade e acaba se perdendo. Enquanto isso, ele recebe a visita da prostituta Anna (Penélope Cruz), que depois de ser flagrada com ele por sua família, vai ter que ir a uma reunião de negócios fingindo ser sua esposa, enquanto Milly acaba se envolvendo com um astro do cinema italiano. Por fim conhecemos a história de Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que em um determinado dia se vê famoso, perseguido por fotógrafos e programas de televisão, sem nenhuma razão aparente.
O filme começa com um guarda de trânsito fazendo as vezes de um narrador e falando para a câmera, algo que também vimos em “Tudo Pode Dar Certo” (2009). E isso é algo que Allen sabe fazer de forma muito natural e orgânica, inserir elementos de fantasia ou irreais dentro da história realista, sem causar nenhum dano ou estranhamento.
E o exemplo mais claro disso é a história protagonizada por Eisenberg e Baldwin. Tendo o segundo como uma espécie de ser invisível (mas que é visto por todos) e que está ali para deixar claro os subtextos envolvidos na situação, Jack traz uma perspectiva bem interessante a essa trama, fazendo uma espécie de reflexão sobre as escolhas impensadas e repentinas que fazemos quando jovens, e que só se tornam claras diante de nós, depois de um amadurecimento que só o tempo é capaz de trazer para nossas vidas.
Outro elemento de fantasia, que aqui remete a “Meia-Noite em Paris” (2011), é o de toda a trama de Leopoldo, interpretado por Benigni. Ficando famoso de uma hora para outra, e sem nenhuma explicação, a trama também faz uma crítica às subcelebridades, que são famosas pelo fato de… serem famosas. Além de criticar as “notícias” que cansamos de ver por aí, do tipo: “Leopoldo, tomou café com torradas hoje”, ou “A roupa da mulher de Leopoldo está furada. Isso é de propósito ou é um estilo diferente?”.
E se a história do casal é a que menos empolga, apesar de Cruz estar deslumbrante, e a sua personagem funcionar muito bem, sendo o único atrativo realmente interessante dessa história, toda a trama que traz Woody Allen em cena lembra aquele diretor genial com suas histórias engraçadas, e com diálogos afiados.
Primeiro que só o fato de vermos ele de novo na frente das câmeras é um prazer difícil de descrever. E vê-lo tão bem, tão engraçado, com um tempo cômico raro já faz com que essa história seja a melhor do longa.
Com momentos de rara criatividade, principalmente o da primeira apresentação de Giancarlo no palco, e a cena do almoço (a melhor do filme), em que Jerry faz a proposta para que ele fizesse um teste para mostrar a sua capacidade, e é rechaçado pela família do pai, e depois fica resmungando que não vai mais insistir no assunto, o filme cresce bastante nesses momentos, e lembra o que de melhor Allen pode produzir.
E é uma pena que haja uma queda vertiginosa no interesse das situações expostas, em que há uma constante mescla de momentos brilhantes, com momentos apagados e desinteressantes.
Mas apesar de ter problemas, há de se lembrar sempre uma coisa: esse é um filme escrito e dirigido por Woody Allen. E por isso, mesmo o filme não sendo brilhante, é bem acima da média do que vemos por aí.
Boa tarde,
Eu não sou crítico de cinema, mas posso afirmar que o filme (inicilamente é bom, mas depois entre em declínio vertiginoso). O filme é medíocre e eu não vou dizer que é bom só por ter sido escrito e dirigido por Woody Allen.
Woody Allen é talentosíssimo, mas não mostra essa marca nesse filme.
Irregular com alguns bons momentos de comédia, mas, no geral, as críticas são bobinhas e os dialogos são previsiveis. As boas atuações fazem lembrar que não é uma comédia romantica qualquer, mas poucas coisas fazem lembrar que trata de um filme de Woody Allen.
Uma comédia bem ao estilo do Woody Allen, e o melhor de tudo é que ele está exposto no filme.Quem já outros filmes na linha da comédia,mesmo vê que ele fez uma mescla da comédia anteriores, com outros atores.Acho que houve pouca profundidade em algumas tramas, e é imperdoável,vê uma Ornella Muti,ainda deslumbrante como nos tempos em que foi considerada a mulher mais bonita do mundo,numa participação tão pequena no filme.