Consagrado com a trilogia “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson resolveu visitar novamente a Terra Média e o universo criado por J.R.R Tolkien em “O Hobbit”. O tiro, porém, saiu pela culatra: apesar das bilheterias continuarem boas – os três filmes somados arrecadaram US$ 816 milhões apenas nos EUA – a produção não empolgou a crítica e passou longe de chegar ao Oscar.

Em entrevista disponível nos extras do DVD especial de “A Batalha dos Cinco Exércitos”, Peter Jackson faz um mea-culpa sobre a condução de “O Hobbit”. Entre os problemas apontados pelo cineasta neozelandês estão a falta de tempo para a preparação necessária para o projeto, muitas vezes com filmagens sem o storyboard e um roteiro fechado.

Peter Jackson explicou que assumiu “O Hobbit” após a desistência do mexicano Guillermo Del Toro e não teve como dar a identidade dele ao projeto, chegando ao ponto de trabalhar 21 horas por dia. “Você ia para o set de filmagens com cenas muitos complicadas de serem feitas, sem storyboards. Passei a maior parte de ‘O Hobbit’ sem sentir que estava no comando. Mesmo o roteiro não estava satisfatório para mim, Fran Walsh e Philippa Boyens com parte deles incompletos. Isso colocava uma pressão enorme em cima da gente”, revelou.

Previsto para chegar aos cinemas em julho de 2014, “O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos” teve o lançamento adiado em seis meses. Muito do atraso se explica pela confusa realização do clímax do filme devido à falta de storyboards e preparação adequada, o que fez Peter Jackson cobrar um posicionamento do estúdio, levando à decisão de adiar a estreia.