Numa conferência de imprensa para o lançamento de “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”, o ator Ian McKellen até alimentou as esperanças dos fãs: o intéprete do mago Gandalf afirmou que o fim da trilogia do Hobbit não marcaria o fim das aventuras épicas na Terra-média. Porém, pouco depois, na mesma entrevista, Peter Jackson, o diretor da trilogia – e da trilogia companheira “O Senhor dos Anéis” – foi mais realista. Segundo ele, o terceiro Hobbit é mesmo o fim.

As duas trilogias cinematográficas são baseadas nos livros do escritor britânico J.R.R. Tolkien, e segundo Jackson, esse é o principal motivo para o fim das aventuras na Terra-média. “O Espólio Tolkien é dono dos escritos do professor Tolkien”, disse Jackson. “‘O Hobbit’ e ‘O Senhor dos Anéis’ tiveram seus direitos para o cinema vendidos por Tolkien ainda no final dos anos 1960, mas só eles foram negociados. Sem a cooperação do espólio do autor, não podem ser feitos mais filmes”.

Tolkien escreveu outros livros e contos ambientados na Terra-média, seu universo fantástico. Mas parece improvável que os herdeiros do escritor estejam interessados em ver mais trabalhos dele chegarem às telas. Christopher Tolkien, filho do autor e administrador do seu espólio, é conhecido por se mostrar contrário à adaptação de histórias do seu pai para o cinema e não gosta nem um pouco dos filmes de Peter Jackson. Basta lembrarmos do que ele disse em 2012 ao Le Monde: “Tolkien se tornou um monstro, devorado pela própria popularidade e absorvido pelos absurdos do nosso tempo… A comercialização reduziu o impacto estético e filosófico da criação dele a nada”.

Comentários exagerados, não? Mesmo assim, a questão permanece e “A Batalha dos Cinco Exércitos” deve ser mesmo o último filme com hobbits, homens, elfos, anões e orcs. O longa estreia em 11 de dezembro.