O Festival Olhar do Norte será realizado apenas entre os dias 5 e 7 de dezembro, porém, terá uma prévia no sábado, dia 14 de novembro. O evento promove uma exibição especial de “A Febre“, longa rodado em Manaus com direção de Maya Da-Rin. A sessão será realizada no Playarte do Manauara Shopping, a partir das 20h, com a presença do elenco e da equipe técnica amazonense. O público terá acesso à sessão com direito a metade dos 68 lugares da sala previstos.
Com mais de 30 prêmios acumulados em festivais ao redor do planeta, “A Febre” chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 12 de novembro com exibição já garantida em Manaus no Casarão de Ideias. O filme narra a história de Justino, um indígena do povo Desana que trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Desde a morte da esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina em Brasília. Com o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante à noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. Porém, sua rotina no porto é transformada com a chegada de um novo vigia. Nesse meio tempo, seu irmão vem de visita e Justino relembra a vida na aldeia, de onde partiu há mais de vinte anos.
DA SUÍÇA A RECIFE: PRÊMIOS E MAIS PRÊMIOS
Na estreia mundial, no Festival de Locarno, na Suíça, “A Febre” levou três prêmios: o Leopardo de Ouro de Melhor Ator para Regis Myrupu, amazonense natural de São Gabriel da Cachoeira, o prêmio da crítica internacional FIPRESCI e o prêmio “Environment is Quality of Life”. “A Febre” foi eleito ainda Melhor Filme em festivais na França, China, Argentina, Portugal, EUA, Uruguai, Chile, Peru, Alemanha e Espanha. No Brasil, o filme conquistou cinco candangos no 52º Festival de Brasília – Melhor Longa-Metragem, Melhor Direção, Melhor Ator para Regis Myrupu, Melhor Som e Melhor Fotografia – além dos prêmio de Melhor Direção e Prêmio Especial do Júri no Festival do Rio e Melhor Filme e Melhor Som no Janela Internacional de Cinema do Recife.
“O lançamento do “A Febre” estava previsto para abril, quando começou a pandemia. Precisamos, agora, reinventar as estratégias de distribuição e adaptá-las às necessidades do momento atual. Apesar de todas as dificuldades e limitações, o importante é que o filme possa ser visto e que continue a motivar debates com o público. Estamos vivendo um momento histórico frente ao qual não podemos nos silenciar, com o desmonte da cultura e o ataque às comunidades e lideranças indígenas. A distribuidora Vitrine Filmes vem fazendo um grande trabalho nesse sentido. Além do lançamento em salas e streaming, estamos organizando diferentes frentes para que o filme possa chegar ao público indígena e ser assistido nas comunidades”, declarou Maya.
MAIOR FESTIVAL DE CINEMA DO AMAZONAS NA ATUALIDADE EM EDIÇÃO ONLINE
Chegando à terceira edição em 2020, o Festival Olhar do Norte se adapta aos desafios impostos pela pandemia da COVID-19. Sem a possibilidade de um evento presencial, a iniciativa promovida pela Artrupe Produções Artísticas será online através de parcerias com o Cine Set e a plataforma Videocamp, se consolidando como principal e mais longevo festival de cinema do Estado desde o fim do Amazonas Film Festival.
A competitiva Mostra Norte apresenta seis filmes do Amazonas – “O Mezanino“, de Bruno Vilela e Marcelo de Moura; “Seo Geraldo homem de música e planta”, de Keila Serruya; “Tucandeira”, de Jimmy Christian; “O Estranho Sem Rosto”, de Lucas Martins; “Ratoeira”, de Romulo Souza; “No Dia Seguinte Ninguém Morreu”, de Gabriel Bravo de Lima -, três curtas do Pará – “À Luz do Sol”, de Edielson Shinohara; “Ari y Yo”, de Adriana de Faria; “Raimundo Quintela – O Caçador Vira Porco”, de Robson Fonseca – e um de Rondônia – “O Medo das Árvores” de Édier William.
Já a Mostra Olhar da Pandemia traz, ao todo, 14 curtas-metragens gravados a partir de março de 2020 durante o período de isolamento social. O Amazonas conta com quatro filmes representantes dos diretores Rômulo Sousa, Jimmy Christian, Murilo Barbosa e Viviane Palandi.