De “Cantando na Chuva” a “O Mágico de Oz”, musicais não recebem tradicionalmente muito amor no Oscar. Mas “La La Land” mudou tudo isto, se aproveitando de um desejo por escapismo e fazendo com que Hollywood tirasse seus sapatos de dança do armário.

Com 14 indicações no Oscar, incluindo melhor filme, melhor diretor, ator, atriz e roteiro, a carta de amor de Damien Chazelle a Los Angeles é favorita para vencer prêmios no próximo domingo e reviver a categoria dos musicais.

“O país está tão triste no momento e ‘La La Land’ é o único filme de escapismo”, disse Craig Zadan, coprodutor, ao lado de Neil Meron, de “Chicago”, último musical a vencer a categoria de melhor filme no Oscar, em 2002.

“Os outros são artisticamente incríveis, mas não são necessariamente enérgicos e não te levam para uma viagem. Tudo está alinhado para que este seja o ano do musical novamente.

Musicais são há tempos esnobados nas principais categorias pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

“Isto é provavelmente porque musicais não são tão legais como costumavam ser e membros da Academia ligam muito sobre o que é legal”, disse Tom O’Neil, fundador do site de premiações Goldderby.com.

“A coisa milagrosa sobre ‘La La Land’ é que é anti-legal: sem vergonha e alegremente antiquado. Está indo tão bem com eleitores do Oscar por conta de sua habilidade incrível”, acrescentou.

Somente dez musicais venceram a categoria de melhor filme no Oscar nos 89 anos da história do prêmio.

Os vencedores incluem “Chicago”, “A Noviça Rebelde” e “Amor, Sublime Amor”, mas a lista de vencedores é maior. Ao lado de “O Mágico de Oz” e “Cantando na Chuva”, também estão grandes nomes do cinema como Gene Kelly, Fred Astaire e Judy Garland, que nunca ganharam um grande Oscar.

Demorou seis anos para que o diretor Chazelle, 32, pudesse tirar “La La Land” do papel, fundindo uma sensibilidade de musicais da década de 1950 com uma história de amor contemporânea.

“Gosto de pensar que o filme dá uma experiência emocional. Este é o objetivo do filme – usar os meios das tradições musicais para dizer algo sobre o que significa ser jovem e apaixonado hoje em dia, e o que significa ser um artista e buscar um sonho”, disse Chazelle.

Filmes musicais geralmente são associados a grandes orçamentos, grandes elencos e grandes ensaios para cantores, músicos e dançarinos. “La La Land”, no entanto, custou US$ 30 milhões para ser feito e já arrecadou mais de US$ 300 milhões nas bilheterias mundiais.

da Agência Reuters