Promotores de Cracóvia, na Polônia, pediram à corte local para extraditar o cineasta Roman Polanski para os EUA. Os Estados Unidos pedem a extradição do diretor para que ele responda por um crime de abuso sexual de uma menor de idade pelo qual ele foi condenado em 1977.

O pedido ainda será analisado pela corte. “O andamento deste caso vai depender da corte”, disse o escritório da promotoria em um comunicado reproduzido pela agência Reuters nesta terça-feira (20).

O gabinete da Procuradoria-Geral polonesa informou no início de janeiro deste ano que planeja questionar Polanski, que é filho de pais poloneses, mas vive na França, depois de ter recebido o pedido de extradição. O diretor disse que vai cooperar com a justiça da Polônia.

“Estou aqui principalmente para os preparativos para um filme que quero fazer este ano”, disse Polanski em entrevista à TVN24 na noite do dia 12 de janeiro. “Sei que chegou um pedido de extradição e claro que vou me submeter ao procedimento, vamos ver. Confio no sistema judicial polonês. Espero que tudo saia bem.”

Polanski, de 81 anos, é visto por muitos poloneses como um dos maiores representantes de sua cultura. Internacionalmente conhecido por filmes como “Chinatown” e “O pianista”, ele agora está na Polônia para fazer um filme sobre o caso Dreyfus, um escândalo político que abalou a França há mais de um século.

Em outubro, o Ministério Público na cidade polonesa de Cracóvia questionou o cineasta sobre um mandado de prisão dos EUA relacionado à sua condenação em 1977. Eles disseram que não havia motivos para prendê-lo e que aguardariam um pedido de extradição dos Estados Unidos antes de decidir sobre quaisquer outras medidas.

O cineasta se declarou culpado em 1977 por manter relações sexuais ilegais com Samantha Geimer, na época com 13 anos, durante uma sessão de fotos em Los Angeles regada a champanhe e drogas.

Polanski cumpriu 42 dias na prisão, como parte de um acordo judicial, mas fugiu dos Estados Unidos no ano seguinte, acreditando que o juiz do caso poderia anular o trato e colocá-lo na cadeia por anos.

da Reuters