Mais recente projeto do cineasta Cameron Crowe (Quase Famosos, Jerry Maguire), Sob o Mesmo Céu (Aloha, no original) abre hoje, dia 29, nos Estados Unidos, com um circuito amplo e algumas polêmicas a tiracolo. A comédia romântica estrelada por Bradley Cooper vem sendo alvo de ataques desde a fase de projeto, quando um dos emails vazados da Sony revelou uma espinafrada da então vice-presidente da companhia, Amy Pascal. Com a estreia americana, o filme agora encara outros inimigos, dos críticos profissionais às organizações sem fins lucrativos.

A grita mais recente tem a ver com a questão étnica: para contar a história de amor entre um militar, sua ex-namorada e uma piloto da Força Aérea, todos naturais do Havaí (onde o filme se passa), foram escalados Bradley Cooper, Rachel McAdams e Emma Stone. O restante do elenco também é composto majoritariamente por atores brancos. Até aí tudo bem, não fosse o fato de a população do 50° estado americano ser formada por menos de um terço de caucasianos.

No começo deste mês, a Media Action Network for Asian Americans – organização sem fins lucrativos, dedicada ao monitoramento dos meios de comunicação de massa em defesa dos americanos de origem asiática – publicou uma nota de repúdio ao filme, criticando a escolha do elenco e por “continuar excluindo os habitantes das ilhas do Pacífico”. A reação fez com que a Sony publicasse um comunicado se defendendo das acusações raciais: “Enquanto algumas pessoas têm julgado um filme que ainda não viram e um roteiro que ainda não leram, o filme apresenta respeitosamente o espírito e a cultura do povo havaiano. O cineasta Cameron Crowe passou anos pesquisando esse projeto”.

Em email, Amy Pascal chamou roteiro de ‘sem sentido’

O episódio foi mais um percalço na atribulada carreira do projeto do diretor Cameron Crowe, que não emplaca um sucesso de público desde Vanilla Sky (2001). O primeiro revés foi quando, em meio ao vazamento de informações confidenciais da Sony, veio a público um email em que Amy Pascal se referia ao roteiro do filme como “ridículo” e “sem sentido”, além de desmerecer o próprio Crowe. A crítica também foi, em grande parte, implacável. A Variety chamou a produção de “inquestionavelmente, o pior filme de Cameron Crowe”. O site Rotten Tomatoes, especializado em coletar resenhas online escritas por profissionais, apontou apenas 14% de opiniões positivas para o filme.

Na quinta-feira, véspera da estreia, em uma manobra para levantar a moral do longa, a Sony escolheu uma estratégia radical: liberar na internet um trecho de oito minutos. O filme é o segundo maior lançamento da semana nos EUA, com circuito de 2,8 mil cinemas, atrás apenas de Terremoto – A Falha de San Andreas. No Brasil, o longa estreia no dia 18 de junho, com distribuição da Fox.

do site Filme B