“O Jogo das Sombras” mostra a jornada que o detetive Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.), em companhia do seu fiel amigo, Dr. John Watson (Jude Law), e da cigana Simza (Noomi Rapace) para impedir o plano impecável do gênio do mal James Moriarty (Jared Harris) de levar a Europa à guerra e, com isso, ficar rico.Os destaques de “O Jogo” são as atuações de Jared Harris, Stephen Fry e Jude Law e alguns exercícios de estilo de Ritchie. Harris cria um vilão para quem conseguimos torcer contra, algo raro atualmente. Fry esbanja presença e rouba a cena com Mycroft Holmes, o irmão mais velho do protagonista. E Law interpretou com competência a falta de sal, expressão e carisma do Dr. Watson. Quando eles e os outros atores não dialogam, há cenas de ação que são visualmente interessantes até o segundo ato. Como no primeiro filme, Guy Ritchie usa câmeras-lentas e closes bem orquestrados para mostrar as previsões sempre falhas de Holmes dos movimentos dos adversários.
Os exercícios de estilo de Ritchie convencem no início, mas se repetem no decorrer da história. Além disso, como o roteiro de “O Jogo”, igual ao do último “Piratas”, é apressado, de ritmo arrastado (faz duas horas parecerem cinco), confuso e não preocupado em situar o espectador, eles, no terceiro ato, alongam o tão ansiado fim com sua lentidão e detalhismo. Enquanto o visual recebeu muitos cuidados, a contextualização de Mycroft parece não o ter recebido. Isso porque ele é jogado na tela, não ganhando nenhuma explicação satisfatória da sua importância e origens na história. Fica a impressão de que ele só serve para ser o irmão mais velho e quebra-galhos do protagonista.
Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras segue o filão aberto por “Piratas do Caribe” e deixou gancho para continuação. Espera-se que a cinessérie consiga aparar boa parte de suas arestas e acrescentar algo novo ao que já foi apresentado nos seus filmes e no gênero como um todo.