Histórias familiares, de modo geral, quando exploradas no cinema rendem tramas em que as emoções dos personagens são colocadas de maneira incisiva na tela, com discussões, segredos revelados, choro, brigas, reconciliações, muitas vezes pontuadas por gritos e, em casos mais extremos, agressões físicas.
E deve se dizer, como já era possível deduzir através de trailers e cartazes do filme, que Álbum de Família quer fazer parte desse grupo, já que ele possui todas as características que citei anteriormente.
Beverly (Sam Shepard) e Violet (Meryl Streep) são casados há muitos anos, tem uma família grande, três filhas, uma neta, mas há algum tempo sua relação já não é das melhores. Ele se tornou um alcóolatra, ela uma viciada em remédios, e um não tem a menor cerimônia de atribuir a sua infelicidade ao outro. Certo dia Beverly decide por um fim nisso, e se mata. Com isso, toda a família aparece para ir ao enterro. As três filhas, Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliette Lewis), Bill (Ewan McGregor) e Jean (Abigail Breslin), marido e filha de Barbara, Steve (Dermot Mulroney), o namorado cinquentão de Karen, e a irmã de Violet, Mattie Fae (Margo Martindale) acompanhada de seu marido (Chris Cooper) e filho (Benedict Cumberbatch). Só que como você já pode esperar, esse encontro acaba não sendo apenas uma simples reunião de família, mas uma ocasião em que que segredos, rancor e ódio são colocados pra fora.
Pode até parecer adequada a tradução que August: Osage County teve no Brasil, tendo o mesmo título de uma famosa peça de Nelson Rodrigues. Mas por conta disso, torna-se inevitável a comparação entre ambas, e aí podemos ver as imperfeições do longa.
Ou não.
O roteirista Tracy Letts, dono de um dos melhores roteiros do ano (talvez, o melhor), por Killer Joe – Matador de Aluguel (2013), nos apresenta uma trama em que o exagero está muito presente o tempo inteiro, e isso acaba dificultando a análise do filme.
Fica-se na dúvida se o que estamos vendo é um trabalho com grandes momentos, grandes atuações, apoiado em um grande roteiro, ou se na verdade está se vendo o oposto disso, um longa repleto de exageros insuportáveis de assistir.
Por mais contraditório que isso possa soar, acho que as duas opiniões estão corretas.
Fica meio difícil dizer que a trama, o rumo para onde as coisas vão, e como isso acontece, é exagerado. Letts consegue trazer naturalidade e verossimilhança pra história que está se vendo, e não é pecado fazer um roteiro com momentos de gritaria e revelações bombásticas. Mas ao mesmo tempo ver tudo aquilo na tela, da maneira que o diretor John Wells coloca, torna tudo… meio estranho de ver. Trata-se de canastronices de um filme falastrão, que acabam convencendo, apesar de ser possível notar tais artifícios.
E claro que isso está nas atuações. Mas gostando ou não do filme, há de se dar o braço a torcer, e reconhecer que Álbum de Família possui um elenco formidável, atores da melhor qualidade. Pode-se dizer com tranquilidade que o filme só não é um desastre devido ao seu elenco, que está muito bem, todos, sem exceção, estão canastrões na medida certa, a um passo do overacting, mas ainda assim convincentes.
Claro que Roberts e Streep são as que chamam mais a atenção. Assim como os demais atores, elas estão muito bem, nem melhores, nem piores. Mas seus personagens são os de maior tempo em tela, e que tem os seus conflitos mais desenvolvidos, o que faz com que seus nomes sejam certos no Oscar.
Suas atuações são boas. Boas a ponto de serem indicadas para premiações? Não.
Dividido entre a ideia de que vi um filme muito bom ou muito ruim, prefiro a sensata covardia, que me diz que se trata de um bom trabalho que peca em alguns excessos. E vice-versa.
Talvez uma pequena porção da população não tenha tantos problemas familiares, mas posso citar minha história como exemplo: sobrinha dando bola para o meu marido, minha mãe preferindo explicitamente meu irmão, meus irmãos tendo brigas homéricas comigo.Mentiras, brigas e desrespeito sem nenhum pudor, isto exite sim, não é um exagero.Talvez certas pessoas vivam em um mar de tranquilidade em um mundo utópico, eu fico feliz por isso, mas com certeza é uma exceção!
Gostei muito desse filme.Claro que os temas abordados não são palatáveis,mas,a realidade é mais dura que a ficção,é só prestarmos atenção ao noticiário diário a que temos acesso.O desempenho dos atores é muito bom,expecialmente Meryl e Julia Roberts,que se entregaram aos personagens,e,destilam amargura em cena…e,me impressionou a empregada,índia,que quase não fala,mas,em seu silêncio funciona como um bálsamo que tenta diminuir a solidão dos que estão à sua volta,sem julgá-los.Recomendo!
Perfeita atuação de Maryl Streep! merecedora do Oscar, Sim! a mulher é um monstro quando se trata de drama, pois é especialista nisto!
O filme retrata muitos assuntos que dariam muitos debates, em torno do preconceito, rancor, doença, vícios…ou seja, tudo aquilo que está na sociedade.Mas confesso que as vezes me senti em uma novela mexicana pela quantidade de coisas que veio a tona, revelações, e mais revelações. Também acho que o filme se salva pela atuação da Maryl Streep, é realmente emocionante. O filme tem seus pontos fortes e seus pontos fracos. Não sou do tipo que espera um final apoteótico, mas o final…o final..ficou a desejar. É um filme todo mundo acaba se identificando um pouco, insensível quem não percebe isso!
Bem, raiva e ódio são sentimentos muitos mais comuns em famílias do que amor e serenidade. Ninguém tem culpa de ter pais idiotas ou filhos mimados que muitas vezes são a desgraça de uma família. O filme vale pelas interpretações absolutamente fantásticas! Meryl Streep e Julia Roberts arrebentam! O trabalho das duas, antológicos! Julia não está mais bonita, mas amadureceu horrores como atriz. A crítica é fraca não pontua a densidade humana do filme, tipica critica em cima de muro. Brasileiro detesta briga e detesta verdades, daí uma crítica aos excessos!
O fato de a casa ficaf em terra indigena e a empregada indigena alimentar e cidar da personagem doente significa o quê? Há diálogos sobre indios e roubo de sua terras, há preconceito expresso em palavras de Vi.O que quer dizer isso? Devemos fixar a análise apenas no drama familiar? E a neta que gosta de maconha e que roubaria o marido da tia se a índia não interviesse? O que representa o fato de a índia e não um das tias haver dado um fim na sedução que o homem experiente, namorado da tia que tentava permanecer jovem, promovia?Vi falou sobre as mulheres velhaS FICAREM FEIAS E AS JOVENS contarem com a preferência dos homens, ela que sabia sobre o flho gerado pelo marido e a própria IRMÃ, a mesma que a salvara de um ataque masculino/sexual na infâcia. Isso tudo está sendo desprezado nas críticas que li. Eu gostaria de entender o filme, se é que esses elementos dispostos representam alguma ideia que precisamos compreender.
parei na falta de sensibilidade logo no topo do texto!
crítica perfeita. Exatamente o que achei do filme. Parece melhor do que é pelas atuações. Mas será esquecido com o tempo. Tem alguma qualidade, mas no geral é fraco. A nota 6 está ótima.
Nao concordo com a crítica! Filme excelente, fotografia show de bola… Meryl Streep está muito bem como sempre, Julia Roberts esta fabulosa merecendo com certeza ganhar um Oscar! Inclusive ja ganhou vários prêmios pela sua atuação nesse filme.
amei Blue Jasmine também Gebardo… Perfeita a atuação de Cate!!!! Também sou a favor dos bons filmes!!! Os que nos fazem refletir sobre a sociedade em que vivemos, os grilos pessoas, o proximo e a verdadeira natureza do ser!!!
Olha, sinceramente você pecou em sua critica! Concordo com a Ana Luiza e Gebardo… Meryl está perfeita em sua atuação! Merece levar todos os prêmios! Ela é excelente no que faz! Tudo bem, eu concordo quando você fala em exageros no filme!!! Agora dizer que ela não mereceu ser indicada e nem a Julia… Ai sim, você está sendo um hipócrita! Desculpa, mas, é a verdade!