Quase dois anos depois de fazer história dentro da Mostra Panorama no Festival de Berlim, “Antes o Tempo Não Acabava” está com estreia prevista para os cinemas brasileiros em novembro deste ano. O diretor amazonense, Sérgio Andrade, garante a chegada do filme às salas de exibição de Manaus, onde o projeto foi rodado.

Segundo Carla Osório, proprietária da Livres Filmes, distribuidora do longa, a produção comandada por Sérgio Andrade e Fábio Baldo será lançada em 10 cidades de todo o Brasil. “Acreditamos muito na mobilização do público nas salas de cinema, pois o filme aborda questões importantes, como a diversidade de gênero, a partir da perspectiva indígena. Bem como a questões da urbanização em contraste com as comunidades tradicionais. A seleção do filme no Festival de Berlim é um reflexo da importância dos temas que a obra aborda associada à excelência com que ela foi dirigida e produzida”, informou a empresa, salientando que a estreia em Manaus é prioridade.

LEIA A CRÍTICA DO FILME NO CINE SET

“O público do cinema brasileiro vem se abrindo cada vez mais a qualidade da produção nacional, em especial ao filme independente. A questão da representação da cultura brasileira nas telas é estratégica para o fortalecimento das identidades. Assim, já deixamos aqui o convite ao público manauara: Prestigiem o cinema realizado e produzido em Manaus”, divulgou a Livres Filmes.

Sérgio Andrade explicou que o plano de distribuição do filme ainda está no início após ter sido selecionado no edital de distribuição de filmes nacionais da Ancine. “Não temos a pretensão de ser um blockbuster, então, o projeto vai atrair um público mais seleto mesmo. Nós temos a força de um filme capaz de discutir temas que são complexos como o índio urbano, o choque do mundo indígena com o do homem branco, a homossexualidade indígena”, declarou, salientando considerar um bom começo estrear em 10 cidades.

Carreira vitoriosa

“Antes o Tempo Não Acabava” teve uma sessão especial na noite de abertura da II Mostra do Cinema Amazonense no Cinépolis do Shopping Ponta Negra, em novembro do ano passado. Do Festival de Berlim de 2016 para cá, a produção obteve importantes conquistas como ser o eleito o filme do 20º Festival Queer Lisboa, além de exibições na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festivais de Brasília e Vitória.

A produção será o segundo longa do Estado lançado em circuito comercial no Brasil nestes anos 2000: o primeiro foi “A Floresta de Jonathas”, de Sérgio Andrade.